A Copa do Mundo impulsionou a adoção da UHD – e agora?

Qualquer nova introdução à tecnologia de TV sempre enfrenta o desafio do ovo e da galinha: impulsionar o desenvolvimento de conteúdo e, ao mesmo tempo, estimular a implantação de hardware. De fato, produzir conteúdo em um novo formato, como Ultra HD, requer uma audiência estabelecida para justificar o investimento; ainda sem conteúdo atraente, os consumidores são menos propensos a comprar uma tela de 4K e as operadoras de TV paga não são atraídas para lançar set-top-boxes 4K.

Entre o final de 2017 e hoje, o número de residências em UHD na América Latina dobrou para 14 milhões – um crescimento acelerado impulsionado pela Copa do Mundo. As principais emissoras da região, como a Oi, retomaram a tendência e decidiram trazer os jogos de futebol em Ultra HD para seus telespectadores, que por sua vez também contribuíram para o aumento das vendas de TVs UHD.

Impulsionadas pela Copa do Mundo, todas as peças do ecossistema de vídeo – conteúdo, distribuição, TV screen – se reforçaram mutuamente e impulsionaram a adoção da UHD. Então o que está faltando agora?

Agora que a equipe vencedora trouxe de volta para casa a mundialmente famosa taça da Copa do Mundo, os telespectadores equipados com suas novas telas 4K verão que não há muito para assistir! Pelo menos, não com a mesma qualidade de imagem nítida e cristalina que experimentaram e desfrutaram durante os jogos. Isso nos traz de volta ao desafio do ovo e da galinha, pois há uma lacuna de conteúdo a ser preenchida. A diferença é que agora, com 8% da população latino-americana equipada com telas UHD, o mercado atingiu um ponto crítico em que há uma demanda real e um público considerável para conteúdo 4K.

Em outras partes do globo, o Ultra HD está claramente no modo de avanço rápido. Hoje, o número de canais Ultra HD fornecidos via satélite atingiu o marco mundial de 100 canais – a Europa está liderando o caminho com mais de 40 canais, enquanto os EUA e a Ásia têm acesso a 20 canais. Na verdade, o Ultra HD está crescendo tão rápido que está superando o desenvolvimento do HD: ele começou com 13 canais globalmente em seu primeiro ano e cresceu para 32 canais em dois anos, enquanto o Ultra HD começou com 45 canais comerciais e nos mesmos dois anos de período cresceu para 92 canais (final do ano de 2017).

Agora é hora da América Latina acelerar o ritmo! No mercado ferozmente competitivo que é a TV paga, a diferenciação é fundamental, e a implantação de serviços Ultra HD atenderá à demanda por conteúdo 4K. É claro que isso não é tarefa fácil. Para superar as barreiras da entrada, a solução é reunir os vários elementos do ecossistema UHD.

* Jurandir Pitsch é vice-presidente para América Latina e Caribe da SES Video

1 COMENTÁRIO

  1. OTTs, VODs entre outras, ainda brigam por tentar transmitir em HD, fazendo uma compressãozinha aqui e outra ali…, comprometendo e muito o compartilhamento nas transmissões em IP. Fico imaginando em tentar manter a qualidade no em UHD e tão questionadas pelos programadores, e com vários dispositivos ligados ao mesmo tempo no mesmo cliente? teremos que preparar todas as redes imediatamente nos clientes para Gigabits?
    Que outra maneira temos? bom…, hoje nas operadoras FTTH e HFC, temos 100% de programação em HD e sem compressão, com a mesma qualidade que recebemos em nossos Headends e entregues aos clientes.
    Com a chegada do 4K e quem sabe 8k, teremos muito que explorar, do nosso "bom e velho" RF!

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