Telefônica comemora investimentos feitos no Brasil em 20 anos, mas rentabilidade preocupa

Para a Telefônica, a tendência de baixa rentabilidade das operadoras de telecomunicações é global, mas no Brasil o quadro é muito mais preocupante.
Segundo Eduardo Navarro, CEO da empresa, a rentabilidade para o conjunto do setor declinou com a substituição das receitas de voz e SMS por dados, com uma queda no acumulado de receitas e ainda com um volume muito grande de investimentos. "Com isso a rentabilidade cai. Há uma tendência mundial que faz com que o setor não seja muito admirado (pelos analistas), mas os números do Brasil são muito fracos e débeis", diz ele. "Estamos abaixo dos vizinhos, onde a rentabilidade está em 12%, 14%", diz o executivo. Ele lembra que a rentabilidade é função do custo de capital, "e com as nossas taxas de juro é muito difícil brigar". Segundo ele, com a expectativa de redução da taxa de juros para 7,5% e aumento natural das nossas receitas o quadro deve melhorar. "Nosso número é melhor do setor, está entrando agora na custo de capital e vai crescer.
A empresa comemorou 20 anos de presença do grupo no Brasil durante a Futurecom, destacando os investimentos de R$ 180 bilhões feitos no período. "Foi o maior investimento feito por um grupo estrangeiro no país", disse Eduardo Navarro, presidente da operadora. Depois de fazer um retrospecto da presença da empresa no país, ele disse que a preparação para os próximos anos depende de uma nova abordagem. "Temos a oportunidade de sermos atores e protagonistas da maior e mais rápida revolução da sociedade, com a revolução digital. Queremos ser a locomotiva e o Brasil será maior ou menor posicionado a depender do nosso trabalho". A empresa afirma, contudo, estar comprometida com um investimento de R$ 8 bilhões ao ano até 2020, boa pate para dar conta da renovação da rede.
"O tráfego de dados em nossas redes dobra a cada ano, e isso não acontece em nenhum outro setor. E isso muda ainda mais com o IoT e 5G, com tráfego 1000 vezes maior".

Novo modelo

Segundo Navarro, que se apresentou durante a Futurecom, "o mundo não se move mais pelos telefones públicos ou pelo roaming, mas sim pelos dados. Essa será a discussão regulatória no novo ambiente". Segundo ele, a questão mais importante que se coloca no futuro são os dados dos usuários. "A Telefônica está se preparando para isso, deixando de ser uma telco tradicional que vendia minutos, mas para uma tele digital em que tudo estará conectado".
"Ainda vivermos um modelo de grande assimetria regulatória, obrigações obsoletas como TUPs, que não fazem nenhuma chamada, 20% das localidades não tem usuário de STFC mas têm rede, e em muitos municípios a conexão ainda está abaixo de 10 Mbps". Ele disse esperar ainda a reforma de modelo e vê hoje um cenário muito mais otimista para que haja avanços no PLC 79, que muda o modelo de concessões.
Ele também disse que o cenário tributário no Brasil é difícil de ser enfrentado pela situação fiscal dos Estados, mas disse esperar que haja, pelo menos, sensibilidade para não haja aumento. Navarro disse estar preocupado especialmente com a possibilidade de aumento das alíquotas de PIS/Cofins com a simplificação tributária. "Ano passado precisamos segurar o reajuste do Fistel. Agora a batalha é essa", disse.

1 COMENTÁRIO

  1. as teles entraram em uma 'disputa' desesperada entre si, aumentaram as velocidades absurdamemnte e estouraram suas capacidades de redes e agora? estão todos enrolados.

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