ISPs compram mais fibra que operadoras grandes, diz NeoTV

Visando garantir a fidelização do usuário atendendo à demanda de velocidades de Internet maior, os pequenos provedores (ISPs) estão investindo mais na infraestrutura ótica. Segundo o diretor geral da associação NeoTV, Alex Jucius, "hoje os operadores menores compram mais fibra que os grandes". Ele explica que são provedores regionais que, com capital próprio, investem em lugares que não são interessantes para os grandes.

Muitas vezes, a infraestrutura nasce de forma tímida. "A empresa conecta um ou outro, acha legal e faz um backbone mais estruturado", declarou ele em conversa com jornalistas nesta quarta, 5, durante a ABTA 2015. São ISPs que estão com dinheiro para investir e, em vez de procurar expandir o portfólio com TV por assinatura, primeiro investem em fibra para conseguir garantir uma infraestrutura mais à prova de futuro, se possível com fibra até a residência (FTTH). Usam ainda rede alugada, até por haver dificuldade na instalação, como as disputas no aluguel de postes e no direito de passagem.

A expansão cada vez maior da última milha com fibra não significa necessariamente que há um grande movimento em direção à adoção do IPTV. "A Anatel tinha expectativa que tivéssemos 200 ou 300 operadores prestando (IPTV), mas na NeoTV a gente lançou 15 em dois anos, com mais 20 para lançar", declara Jucius. As dificuldades passam por custo alto de programação e a falta de experiência em lidar com a Lei do SeAC e com o próprio mercado. "Mas aqui (no evento) tem cada vez mais operadores regionais com 20 mil ou 10 mil assinantes que já têm capacidade para investir em fibra e IPTV", garante.

"Cada vez mais, muitas empresas que nos procuram perguntam se devem lançar TV. Aí a gente fala para lançar fibra primeiro, porque TV tem menos margem. Primeiro fideliza o assinante, e aí monetiza a fibra lançando TV", explica. Há oportunidade inclusive para realizar compartilhamento de headend com provedores vizinhos. Outra possibilidade sugerida pelo diretor da NeoTV é a de, enquanto não puder ofertar TV linear, tentar parceria com empresas over-the-top (OTT) e capacitar a rede com velocidades finais para que o usuário possa ter esses serviços.

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