Vivo continuará priorizando IPTV; no DTH, integração de plataforma é o desafio

A definição de plataformas de TV por fibra (IPTV) ou por satélite (DTH) após a incorporação da GVT ainda não foi divulgada, mas a Telefônica/Vivo pelo menos dá uma certeza: a oferta de TV por assinatura voltou a ser uma importante linha de frente na operadora. A estratégia de DTH, segundo apurou este noticiário, deve passar por um RFP para encontrar a melhor solução de satélite que atenda às suas necessidades. Esse RFP já teria sido concluído. A dúvida do grupo é manter a plataforma da GVT, que tem cerca de 1 milhão de assinantes e está baseada no satélite da Intelsat, ou a plataforma da Telefônica/Vivo, com cerca de 800 mil assinantes e baseada na plataforma da Media Networks. Qualquer que seja a solução haverá a necessidade de migração de metade da base. A vantagem da plataforma da GVT é que ela já foi pensada para a integração com banda larga, mas a Media Networks pertence ao próprio grupo Telefônica. Já em relação à plataforma fixa, o mais provável é que o IPTV siga, ao menos em um primeiro momento, utilizando a solução da Vivo – o Mediaroom, da Ericsson -, já que é de longe a oferta mais bem sucedida na tecnologia no País.

Dados de junho da Anatel divulgados nesta sexta, 7, mostram que a única operação que aparece no País como IPTV – na verdade, sinalizada como fibra até a residência (FTTH) – é a da Telefônica, com 129.635 acessos, todos em São Paulo, onde a operadora é incumbent (a companhia tem ainda 612,6 mil acessos via DTH e 67 mil em cabo). Sabe-se que há pequenos provedores de acesso com soluções de IPTV e streaming implementadas, mas os números ainda são muito pequenos. A GVT tinha planos de lançar IPTV em sua operação de FTTH no ano passado, mas ficou restrita a testes. Ainda com números separados da Vivo no banco de dados da agência, a operadora contava com 996,2 mil acessos, todos via DTH.

O diretor de vídeo de Telefônica/Vivo, Rafael Sgrott, ressalta a importância da escolha para o futuro da operação. "As decisões são bem científicas porque envolvem legado e futuro, estamos tomando todo o cuidado na decisão e na implantação", disse ele a este noticiário. Ele lembra que a companhia acabou de encerrar a oferta de TV por MMDS, e que agora procura simplificar e angariar as sinergias com a GVT.

Até por isso, Sgrott afirma que a companhia não considera expandir o IPTV para os acessos de fibra até o curb (FTTc) utilizando tecnologias que aumentam a capacidade do cobre, como G.fast. "Seria mais uma plataforma, e no final o que a gente quer é simplificar dentro do ponto de competitividade", justifica. Ou seja: a ideia é utilizar o DTH híbrido, com a caixa conectada. "Hoje atende muito bem o canal linear vindo por satélite e por SBTVD, com conectividade de ultra banda larga para tudo que for on-demand." Ele explica que a companhia deve oferecer também um set-top box com conexão via dongle Wi-Fi, para deixa-lo "quase autoinstalável".

Pilotos  

No set-top box da IPTV, a promessa de conexão via Wi-Fi, testada em piloto desde o ano passado, ainda não deve se estender para a base. Sgrott explica que o conteúdo on-demand é mais gerenciável porque permite buffer (pré-carregamento do vídeo), mas em transmissões ao vivo, "precisa de confiabilidade de home networking maior". Por isso, a Vivo deverá continuar a utilizar o protocolo HPNA pelo cabo coaxial, com capacidade de cerca de 400 Mbps, para levar o IPTV de um ponto a outro dentro da casa do assinante. Naturalmente, o sinal continua chegando via fibra à residência.

Outro recurso que continua em testes, mas que não avançou no desenvolvimento, foi a de incluir um aplicativo do YouTube no Mediaroom do set-top box do IPTV. O diretor de TV da Vivo explica que foi preciso fazer "correções de rotas ao longo do caminho", mas houve algumas condições que o portal de vídeos do Google exigia para o player, como utilizar a tecnologia HTML5, que não foi possível incluir na plataforma.

Por outro lado, de um ano para cá, a companhia passou a incorporar conteúdos on-demand do Vivo Play, Vivo Kids, Turma da Mônica e palestras do TED no guia de programação eletrônico (EPG). "Quando colocou isso, a visualização (desses conteúdos) cresceu mais de 100%, a pessoa não sabia e, a partir do momento em reconhece, seja app ou TED, ela assiste", declarou Rafael Sgrott.

Até por isso, a Telefônica tem investido em novidades para a plataforma. A companhia anunciou em maio o recurso de catch-up para o Vivo TV Fibra batizado de Reprise, que permite voltar até oito horas na programação, dependendo do canal e do conteúdo por conta de direitos de exibição (DRM). Sgrott explica que a função é independente do gravador Multiroom oferecido no IPTV, já que o conteúdo é gravado diretamente no headend da empresa. Além disso, a função é gratuita – mas, para isso, o usuário precisa aceitar a adição.

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