Canal History terá série derivada de "Gigantes do Brasil" sobre o Barão de Mauá

O History criou, em 2015, o formato "Gigantes do Brasil", inicialmente pensado para ser uma produção pequena, de quatro episódios, que narrasse as trajetórias de Francisco Matarazzo e de outros três grandes empreendedores que mudaram o país no começo do século XX. A produção que estreou na televisão em 2016 foi, na época, a mais cara do canal já feita no país.

Por conta do sucesso, o History decidiu retomar a ideia. Repetindo a parceria com a Boutique Filmes, produtora por trás da primeira empreitada de "Gigantes do Brasil", o canal gravou, durante o mês de abril deste ano, a inédita "Mauá – O Primeiro Gigante", série sobre o Barão de Mauá dirigida por Fernando Honesko, o mesmo diretor da primeira leva e de "Mil Dias: A Saga da Construção de Brasília", lançada durante o Rio2C deste ano.

"A vantagem da nova produção, tanto para mim, quanto diretor, como para o público, é que vamos explorar melhor as narrativas, já que agora estamos trabalhando com um recorte de tempo histórico mais específico e mais curto.", contou Honesko durante as gravações da reta final de "Mauá". "Em termos de direção, queremos agora captar melhor as estratégias dos personagens. Há mais cenas de diálogos e um viés que investe mais no drama.", adiantou. Já familiarizado com o History, o diretor afirmou que o processo de produção em parceria com o canal é bem aberto, com total respeito à liberdade criativa dos profissionais envolvidos: "Eu recebi carta branca do canal e, assim, trabalhamos com uma confiança mútua.".

Apesar da tal liberdade criativa, Honesko pontua que é necessário estar atento à questão histórica da produção: "As premissas históricas devem ser respeitadas, isto é, elas nos dão certos limites na hora de narrar esses fatos. É necessário encontrar um equilíbrio entre o lado dramático que queremos impor para a série com o que aconteceu de verdade.".

Assim como no projeto inicial de "Gigantes do Brasil", um grupo de historiadores foi chamado para prestar consultoria sobre os acontecimentos da época. "A partir das informações que eles nos dão, exploramos as características dos personagens dentro desta contingência histórica. Fica o desafio: como fazer um cara sério e burocrata ser um personagem interessante, capaz de conquistar a atenção do público?", questiona o diretor. "Trabalhar com histórias reais é um processo de responsabilidade acima de tudo.", conclui. Honesko acrescenta ainda que, pra ele, a maior dificuldade foi transformar personagens de uma elite conservadora em figuras com as quais os espectadores tivessem certa identificação: "Para isso, investimos no tom de heroísmo, característica marcante da maioria dos personagens do History. Mauá foi um cara progressista, que bateu o pé diante das cosias que estavam erradas. Vamos puxar por esse lado.".

No geral, Fernando Honesko comemora o atual momento do audiovisual nacional, especialmente no que diz respeito às produções seriadas: "O mercado está aquecido e nós estamos otimistas. Graças aos reforços legais, é o melhor momento para nos apegarmos às políticas públicas e nos profissionalizarmos cada vez mais.". "Temos de aproveitar os nossos diferenciais: temos uma gana de fazer muito grande, enfrentamos situações que seriam impensáveis lá fora em termos de tempo de filmagem, material técnico e orçamentos reduzidos. A versatilidade do brasileiro no setor é uma das nossas maiores qualidades.", finaliza.

As gravações de "Mauá – O Primeiro Gigante" já terminaram, mas o canal ainda não confirma a data de estreia da produção.

4 COMENTÁRIOS

  1. Acho excelente esta ideia de mostrar os grandes brasileiros que ajudaram o país a crescer,esta nova série mostrará o empreendedor que mais admiro.
    As outras séries passadas foram magnificas, excelente trabalho.

  2. Agradeço a iniciativa do History Channel em valorizar a História do Brasil, nestes tempos em que as Ciencias Humanas estou a ser desprezadas pelos entes públicos e pelas instituições!

  3. Retificando: Agradeço a iniciativa do History Channel em valorizar a História do Brasil, nestes tempos em que as Ciências Humanas estão a ser desprezadas pelos entes públicos e pelas instituições!

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