A base instalada de smart TVs no Brasil é de 16 milhões, sendo que 94% foram compradas nos anos de 2014 e 2015, sendo portanto equipamentos mais modernos e com mais recursos. Os dados foram apresentados nesta terça, 10, durante o Proxxima, em São Paulo, em painel que discutia o crescimento das smart TVs como plataforma de mídia. O último levantamento do IBGE, divulgado no início de 2015, apontava que o Brasil tinha pouco mais de 103 milhões de televisores.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Smartclip, com a LG e a Nielsen, 91% dos usuários conectam seus dispositivos à Internet e 85% usam aplicativos para assistir séries e filmes, sendo essa a função conectada mais usada no dispositivo. A conectividade traz uma concorrência às plataformas de TV aberta e fechada, já que, de acordo com o estudo, 45% do tempo gasto neste tipo de equipamento é assistindo conteúdos on-demand.
Segundo Vitor Schiavo, especialista em smart TV e inteligência de mercado da LG, a base de TVs conectadas tende a crescer. Em 2015, 60% das vendas de televisores foi de modelos inteligentes.
Mídia
Segundo Riza Soares, sócia e diretora comercial da Smartclip, os fabricantes de TV estão se posicionando como plataforma de mídia. "Eles são o 'last mile' e têm informações sobre os dados demográficos nessa plataforma", explica. Para ela, as TV conectadas trazem diversos diferenciais como mídia publicitária. "É possível fazer segmentação regional, por horário e modelo de televisão. A plataforma oferece cada vez mais ferramentas. É possível, inclusive, customizar as entregas de acordo com temas, com aplicativos segmentados como o do Esporte Interativo", completa. Para que a plataforma realmente funcione como mídia programática, no entanto, ela diz que ainda é necessário maior escala. "No mercado europeu isso começa a acontecer. Deve acontecer em pouco tempo no Brasil. Tecnicamente, já é possível", finaliza.
Segundo Schiavo, da LG, no início, os fabricantes corriam atrás de parceiros para trazer conteúdos para as smart TVs. "Tínhamos 800 aplicativos que não tinham muita relevância", diz. Por volta de 2013, conta o executivo, os grupos de mídia, com seus canais de TV, é que começaram a procurar os fabricantes e levar seus apps para as smart TVs. Foi aí que a plataforma começou a ganhar relevância.
Thiago Marques, gerente de marketing digital da BRF, diz que a plataforma está amadurecendo, mas ainda é necessário explorar mais as possibilidades. "O formato tradicional não é o mais adequado às smart TVs. O conteúdo tem que ser aderente à plataforma e podemos explorar vídeos maiores, com mais conteúdo e menos marca", diz. A gigante da área de alimentos usou a plataforma em ação para apresentar a linha gourmet de presuntos Sadia. Fez parte da campanha um documentário no qual e chef Rodrigo Oliveira acompanhou o processo de produção na presuntaria da marca. "A campanha entrou no ar nos portais dos fabricantes de smart TVs em todo o Brasil. O resultado nos surpreendeu: 30% dos que clicaram no vídeo viram o documentário até o final", conta.
