Netflix concentra suas produções originais nacionais em tramas femininas

Samantha

Na última semana, aconteceu em São Paulo a segunda edição do Seminário Internacional Mulheres no Audiovisual. Uma das convidadas do evento foi Maria Ângela de Jesus, diretora de conteúdo original internacional da Netflix.

Durante a mesa "Panorama da Diversidade Na TV e no Vídeo por Demanda", a diretora contou sobre uma recente campanha criada pela plataforma, chama "She Rules", que enfatiza a importância das mulheres em suas produções – seja nos bastidores, como produtoras, diretoras e roteiristas, seja na frente das câmeras, como protagonistas de seus filmes e séries. Exemplos de produções da Netflix que focam nas mulheres são "Jessica Jones", "Good Girls" e "Orange is The New Black". Há outros exemplos de produções que, mesmo sem muitas mulheres no elenco, trazem a questão do machismo à tona, como é o caso do recente lançamento "Não Sou Um Homem Fácil".

"A Netflix é uma empresa global e, por isso, entende que há uma responsabilidade de equiparar seus números internamente de modo a promover a igualdade entre os gêneros.", explicou Maria Ângela. "Todas as nossas produções originais nascem com essa preocupação. Em 'Jessica Jones', por exemplo, já contamos com uma equipe em maioria feminina na primeira temporada e, para a segunda, decidimos que a produção seria 100% realizada por mulheres: direção, roteiro e produção.", completou.

A preocupação global da empresa é ainda mais evidente no Brasil, onde boa parte das produções originais têm protagonistas femininas fortes à frente das tramas. E investir cada vez mais nisso é uma prioridade da plataforma. Na última semana, por exemplo, foi lançada a primeira temporada de "Samantha!", a primeira produção de comédia original da Netflix. Protagonizada pela atriz Emanuelle Araújo, a série já foi lançada com uma segunda temporada engatada. Nesta semana, que é a seguinte ao lançamento, as gravações do seriado já devem ser retomadas.

"Atualmente, estamos trabalhando com muitas produções femininas no Brasil.", afirma Maria Ângela. É o caso de "Coisa Mais Linda", série feminista de época protagonizada pela atriz Maria Casadevall que já está em fase de desenvolvimento; "3%", primeira produção original da Netflix no Brasil – protagonizada pela atriz Bianca Comparato, a série já nasceu com duas diretoras mulheres na equipe e, no momento, está com uma terceira temporada em andamento; e "O Mecanismo", que traz a atriz Carol Abras entre as principais personagens da trama.

"Além de haver a preocupação de ter mulheres na frente e atrás das câmeras, também nos esforçamos ao máximo para evitar cenas de violência banais envolvendo mulheres, como cenas de estupro que não agregam em nada à narrativa, por exemplo.", complementa a diretora. "E, como trabalhamos com produtoras locais para produzirmos nossas séries originais brasileiras, temos com elas constantes conversas sobre assédio, tanto sexual quanto moral, e bem-estar no ambiente de trabalho. É através dessas pequenas atitudes que começamos a mudar o cenário do audiovisual no Brasil.", finaliza.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui