Brasileiro teria que pagar R$ 400 pelo "pacote ideal" de TV, diz estudo

Em média, 70% do público do Brasil, Estados Unidos e Reino Unido afirma estar disposto a assinar apenas um serviço de TV – desde que este comporte todos os seus programas preferidos em um bundle dedicado – e 69% declara ainda estar pronto para cancelar todas as suas outras assinaturas caso esse "pacote ideal" seja lançado. Os dados foram revelados por uma pesquisa inédita realizada pela Amdocs em parceria com a Vanson Bourne e apresentada em evento voltado à imprensa nesta quarta-feira, 13 de fevereiro.

O estudo da provedora de software e serviços para empresas de mídia e comunicação entrevistou 1000 pessoas dos Estados Unidos e Reino Unido e 500 do Brasil para identificar o posicionamento atual deste público em relação às assinaturas de pacotes de TV, publicidade, retorno do dinheiro investido entre outras questões. A seleção de entrevistados compreendeu todas as faixas etárias, com 625 representantes de cada um dos seguintes grupos: de 14 a 21 anos, de 22 a 35, de 36 a 50 e de 51 a 65 – dentre eles, 1251 eram homens e 1249 mulheres.

Em relação a esse teórico "pacote ideal" de serviços de TV, foi identificado que ele teria séries dignas de maratona (para 86% das pessoas); eventos e shows ao vivo (para 74%); e todos os jogos e competições do seu time preferido (para 70%). Já entre os títulos mais citados quando a pergunta foi qual seriado não poderia ficar de fora desse serviço, os que mais apareceram foram: "Game of Thrones" (uma em cada cinco pessoas afirma não conseguir viver sem a série); "The Walking Dead"; "Stranger Things" e "The Big Bang Theory" – aqui, chama a atenção o fato de que cada uma dessas produções veio de um canal ou plataforma diferente – HBO, Fox, Netflix e Warner, respectivamente. Segundo a amostra específica de público brasileiro ouvida, seria necessário pagar um valor aproximadamente 60% mais alto do pago atualmente para ter acesso ao conteúdo que ela gostaria de assistir regularmente, ou seja, o tal pacote perfeito.

De acordo com o estudo, o brasileiro com TV paga gasta, em média, R$250,70 mensais por casa – valor este que inclui, além dos gastos com a televisão paga, até duas assinaturas de serviços com séries de TV, filmes e demais serviços de vídeo. Para se chegar ao pacote ideal, portanto, os consumidores acreditam que seriam acrescentados a esta cifra quase R$152, o que somaria um gasto mensal de R$402 pelos serviços e R$4,8 mil ao ano. Aqui, é importante ressaltar que três quartos dos consumidores no Brasil (75%) não estão satisfeitos com a variedade de conteúdos oferecida hoje na pay TV. Este número também não expressa a receita média por assinante no Brasil com serviços de vídeo, mas sim a receita média dos usuários de TV paga que hoje têm um pacote considerado mais completo dentro das expectativas apontadas pela pesquisa.

Publicidade e privacidade

A pesquisa também apresenta dados sobre publicidade. Entre as razões que fazem os consumidores tolerarem anúncios, estão pagar menos pelo serviço (46%); selecionar o formato e a frequência que a publicidade irá aparecer (27%); e decidir quando verá os anúncios, como por exemplo só às segundas, ou então só no período da tarde (25%). Apesar disso, para 27% dos entrevistados nenhum motivo seria forte o bastante para fazer com que eles suportem ver mais anúncios do que já veem atualmente. E ainda dentro desse tema, dois terços do público participante da pesquisa garantiu que está aberto a ver mais publicidade, desde que esta seja customizada e relevante.

Por fim, o estudo mostra que o público em geral não tem receio de fornecer informações pessoais para serviços de TV por assinatura ou streaming – inclusive, 60% dos consumidores – e 71% das pessoas entre 22 e 35 anos – estariam dispostos a oferecer mais informações pessoais se isso trouxesse benefícios como preços mais baixos e acesso a conteúdos exclusivos.

1 COMENTÁRIO

  1. Na decadente tv por assinatura o "pacote ideal" tem 200 canais desnecessários que o assinante tem que engolir. Ai surgem os OTTs com a proposta de segmentar e facilitar as escolhas e preferencias. Só que sendo lançados a preços exorbitantes para preservar a receita do serviço linear, não reclamem do novo aumento da pirataria.

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