Pesquisa investiga o uso da internet para fins culturais no Brasil

A primeira edição da pesquisa TIC Cultura 2016 foi apresentada nesta quarta-feira, 17 de janeiro, pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) por meio do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br).

Partindo do ponto de partida em que os equipamentos culturais podem contribuir para ampliação do acesso à cultura por meio do uso das tecnologias, o estudo concluiu inicialmente que as plataformas online, como sites e redes sociais, ainda estão muito voltadas à divulgação de notícias e atividades das instituições culturais do que à difusão de conteúdos culturais em si. "As tecnologias digitais poderiam ser utilizadas não apenas para divulgar as atividades das instituições, mas também para ampliar os públicos da cultura por meio da realização de transmissões ao vivo, atividades de formação à distância e disponibilização de acervos na Internet", reflete Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br.

Essa informação nos leva a outro dado importante: de acordo com o levantamento, nem todas as instituições culturais são ativas na internet. Cinemas, por exemplo, têm websites próprios em sua maioria: 73%. Já entre as bibliotecas, somente 9% delas possuem endereço na internet. Em relação aos perfis nas redes sociais, os dados são: cinemas (94%), pontos de cultura (77%), teatros (62%), museus (49%), bens tombados (48%), bibliotecas (35%). "As plataformas on-line têm seu potencial pouco aproveitado, tal como visitas virtuais ou disponibilização de catálogos de acervos – que poderiam se constituir em importantes ferramentas para ampliação do acesso à cultura, principalmente em regiões onde há menor disponibilidade de equipamentos culturais", pondera Barbosa.

Sobre a digitalização dos acervos, citada por Barbosa, a pesquisa mostra que esse serviço se destaca entre arquivos (74%), pontos de cultura (63%) e museus (58%) – no entanto, a maior parte dos equipamentos digitalizou menos da metade de seus acervos. A principal dificuldade apontada é a falta de financiamento, seguida da falta de equipe qualificada. Mesmo entre aqueles que possuem acervo digitalizado, a maior parte o disponibiliza para o público somente físico, na própria instituição, e não na Internet.

O estudo também aponta como as instituições se comportam em relação à oferta de serviços, informações ou assistência ao público pela internet. Nesse sentido, se destacam arquivos (82%) e cinemas (76%). Já entre o uso de serviços de governo eletrônico destacam-se a busca de informações sobre editais governamentais (77%) e à participação nesses editais (74%).

Por fim, no que diz respeito à conexão, concluiu-se que a presença de WiFi ainda não é difundida, e a disponibilidade da mesma ao público não atinge 50% em nenhuma das categorias.

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