Para Eutelsat, switch off analógico só acontece com ajuda do satélite

Christoph Limmer - VP global sales video

Para a Eutelsat, o switch off da TV analógica só pode acontecer com a ajuda do satélite para atingir uma parcela da população. Segundo Christoph Limmer (foto), vice-presidente global de vendas em vídeo da operadora, pelo menos 10% da população teria que ser coberta por sinais satelitais para garantir o desligamento analógico. Para o executivo, a decisão acerca da adoção do satélite é sobre qual será o tamanho da área de sombra da TV aberta terrestre: quanto menor, maior seria o investimento em infraestrutura de transmissão. Já o investimento em satélite, é o mesmo para atingir qualquer parcela da população. "Em um país com dimensões continentais como o Brasil, não tem rede mais competitiva em transmissão de vídeo", completa Rodrigo Campos, diretor geral da Eutelsat no Brasil.

Para Limmer, é possível adotar a transmissão aberta por satélite digital hoje. "O desafio está nos set-top boxes e antenas. Está em decidir quem vai pagar por isso. O governo? A radiodifusão? Em três anos, seria possível desligar os sinais analógicos no Brasil".

Segundo o VP, pesa em favor do DTH digital, sobretudo do satélite Eutelsat 65WA, o footprint, que é "praticamente um hotspot" do território nacional. Com isso, o sinal gratuito não chegaria aos países vizinhos. O "vazamento" da cobertura para outros países da região poderia ser um problema para os radiodifusores, que licenciam conteúdos para o território brasileiro.

Segundo Rodrigo Campos, diretor geral da Eutelsat no Brasil, não há um trabalho ativo da operadora junto ao governo, ao Gired e à EAD, responsáveis pela migração digital e liberação do espectro analógico para outros usos no Brasil. No entanto, o executivo diz que há conversas com os radiodifusores, que são os maiores interessados em garantir a cobertura nacional na migração.

Soluções existentes

O Brasil já tem algumas soluções que ajudam na migração. A própria banda C analógica, que foi adotada por boa parte da população para resolver o problema na cobertura dos sinais analógicos de TV, tende a se perpetuar, mesmo com o sinal analógico. Além disso, as operadoras de DTH oferecem os canais abertos sem assinatura para quem tem o equipamento, como forma de ampliar a base potencial do serviço de TV paga no modelo pré-pago.

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