SES investe em novas tecnologias para VOD e multiscreen no DTH

A SES está investindo no desenvolvimento de tecnologias para manter a oferta de DTH competitiva em meio à procura crescente por conteúdo sob demanda e em múltiplos dispositivos. A empresa apresentou na IBC, evento realizado em Amsterdã na última semana, as soluções de entrega de vídeo Liquid VOD (Video on Demand) e Lucid OVP (Online Video Platform).

Ao mesmo tempo, está trabalhando com parceiros para garantir a segurança da criptografia do conteúdo em plataformas que utilizam a tecnologia SAT>IP, que transforma o sinal DVB-S do satélite em IP e viabiliza a entrega de conteúdo em múltiplas telas.

A empresa espera que, combinadas, as soluções ofereçam experiências semelhantes aos serviços de vídeo sobre IP das operadoras de cabo e fibra e dos serviços over-the-top (OTT), com a vantagem de ter maior alcance e escalabilidade. Nesse contexto, o satélite se tornaria a plataforma ideal para levar VOD e multiscreen em territórios de grande extensão e regiões onde estruturas de fibra e cabo não chegam.

Liquid VOD

Na plataforma Liquid VOD, os primeiros minutos das obras disponíveis no catálogo do serviço da operadora ficam armazenados no set-top box. Quando o cliente seleciona o conteúdo que deseja assistir, o aparelho usa esses minutos para identificar o sinal  do restante do filme sem delay.

Como os filmes estão sendo constantemente transmitidos e ocupando espaço em banda, os catálogos disponíveis devem ser menores. "É preciso selecionar o conteúdo que o assinante tem mais interesse de assistir. No entanto, há bastante flexibilidade. É até mesmo possível modificar o portfólio ao longo do dia, para atender diferentes públicos-alvo em diferentes horários", diz Jurandir Pitsch, vice-presidente de vendas para América Latina Sul da SES.

A plataforma é voltada para operações de larga escala e visa atender regiões de grande extensão territorial, onde levar estruturas de fibra e cabo demandaria grandes investimentos. "São lugares onde soluções de IPTV levariam ainda muitos anos para chegar. Apostamos na Índia com um mercado de grande potencial, mas essas características também estão presentes no Brasil", diz Pitsch.

Ao contrário do que acontece nas soluções OTT, o custo da operação da Fluid não acompanha o aumento do número de usuários na região, permitindo  oferecer menor custo por usuário em operações de larga escala. Além disso, sem depender da estrutura de Internet, a solução foi desenvolvida para atender regiões onde a velocidade média de conexão não suporta vídeos HD em soluções OTT típicas, como o Netflix e até mesmo os serviços de VOD das operadoras.

Um protótipo em operação foi apresentado na edição deste ano da conferência IBC. "O produto estará em breve disponível no mercado e tivemos uma recepção muito boa dos clientes na feira, com muitos demonstrando interesse", afirmou Pitsch.

SAT>IP

A tecnologia SAT>IP foi desenvolvida há cerca de três anos pela SES em parceria com a britânica BSkyB e com a dinamarquesa Craftwork. Ela permite converter o sinal transmitido via satélite para IP próximo ao dispositivo final. Com isso, o conteúdo pode ser acessado por qualquer dispositivo capaz de receber sinal IP, como tablets, PCs e smartphones. Atualmente, os produtos baseados nessa tecnologia suportam até oito dispositivos consumindo conteúdo de forma simultânea e independente.

Contudo, há dificuldades em garantir a segurança do conteúdo na etapa final do trajeto. Segundo Pitsch, a empresa está trabalhando para garantir que o conteúdo chegue até os múltiplos dispositivos finais de forma criptografada. Com isso, o SAT>IP poderia ser oferecido como um serviço por operadores DTH. "A combinação dessa solução com o Fluid, por exemplo, criaria uma oferta muito completa de serviços VOD e multiscreen", diz Pitsch.

Assim como o Fluid, a tecnologia não utiliza a estrutura de Internet para levar o conteúdo até a casa do cliente. Além de permitir a entrega do conteúdo em regiões remotas e de grande extensão territorial, isso garante melhor acesso a vídeo ao vivo sem interrupções. "O conteúdo não trafega pela rede. Isso permite que, mesmo sem conexões de altíssima velocidade, várias pessoas acessem o conteúdo ao vivo e sem interrupçções", diz Guy Harles, vice-presidente de gerenciamento de portfólio de vídeo da SES. Segundo ele, isso se torna ainda mais relevante quando se considera o aumento da demanda por conteúdo em HD e, no futuro, UHD.

Lucid VOD

A Lucid VOD, por sua vez, reúne as diversas ferramentas que um operador precisa para lançar sua própria plataforma de vídeo online OTT, incluindo streaming ao vivo e on demand. A ideia é que o operador seja capaz de complementar a transmissão broadcast de conteúdo ao vivo com os serviços online, que podem ser ofertados em regiões onde a estrutura de Internet via cabo e fibra esteja presente. 

A solução fim-a-fim faz o processamento do vídeo usando a plataforma Fluid, desenvolvida pela própria SES e, em seguida, distribui o vídeo via OTT para usuários, que utilizam um set-top box IP.

A plataforma também possui máquina de recomendação de conteúdo básica e pode ser integrada com outras plataformas de recomendação. O Lucid também fornece todas as informações de gerência e estatísticas para que o provedor de serviço possa fazer o billing do serviço no caso de plataforma TVOD, por exemplo.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui