Floresta Produções amplia sua atuação e se estabelece como produtora de branded content e ficção premium

Após algumas experiências de sucesso com projetos de branded content, a Floresta Produções, joint venture entre a Sony Pictures Television e a italiana radicada no Brasil Elisabetta Zenatti, se expande e se estabelece como produtora do segmento. "Decidimos pela ampliação por conta de uma demanda do mercado. Nunca trabalhamos exclusivamente com publicidade, só atuamos ao lado de marcas no formato de branded mesmo. Mas, com o aumento do número das emissoras e clientes que vieram nos procurar decidimos que era hora de investir na área.", explica a sócia-diretora da Floresta.

Elisabetta conta que tem uma visão um pouco diferente do que é produzir branded content hoje: "Eu não o enxergo como um programa que visa atender as necessidades e as demandas do cliente, e sim como um conteúdo audiovisual que precisa funcionar na tela, repercutir e dar audiência. Ou seja, ele é produzido de forma a colocar o público em primeiro lugar, e não o cliente. Se não agradar o público, também não vai atingir o objetivo da marca.". Ainda sobre o atual momento desse tipo de produção, a diretora comenta: "Sinto falta de um conteúdo 'de verdade', que nasceu para fazer parte da grade de programação daquele canal e não apenas porque o cliente teve vontade de fazer determinada coisa.".

Para essa ampliação do trabalho da produtora, Elisabetta afirma que houve um aumento da equipe de desenvolvimento de criação da Floresta, uma vez que a demanda dos clientes foi maior do que eles esperavam. "A equipe de atendimento permanece a mesma, mas a criação precisou crescer. Criamos branded da mesma maneira que criamos nossos demais projetos audiovisuais.", garante.

Mesmo com os investimentos na área de branded, a produtora não deixa de lado sua especialização em ficção premium. "Estamos muito motivados pela chegada das novas plataformas de streaming. Elas estão movimentando o mercado e mudando a maneira de se produzir.", opina Elisabetta. A diretora explica que a "ficção premium" na qual a Floresta se especializou é um segmento que conta com orçamentos maiores, com produções direcionadas apenas aos grandes players do mercado e pensada para não estar na TV aberta, ou seja, "tem que ter algo muito especial e fora da curva no roteiro", define. E ela completa: "É a máxima da qualidade em termos de autores, diretores, fotografias, elenco… É praticamente fazer cinema para a televisão.".

No mercado há oito anos, a produtora é líder nos segmentos de reality show, comédia, talk-show, game e ficção. Entre seus 40 programas já produzidos para emissoras como Globo, Band, Record e canais fechados como Multishow, MTV, GNT e Sony, são destaque algumas produções de grande audiência nacional, como "Shark Tank", "The Ultimate Fighter", "De Férias com o Ex", "Quem Quer Ser um Milionário", "Vai, Fernandinha", além do "Lady Night", talk show apresentado por Tatá Werneck e exibido no Multishow. O programa ganhou 13 prêmios e foi assistido por mais de 11 milhões de pessoas em sua primeira temporada.

Na opinião de Elisabetta, as produções nacionais estão no caminho certo e sabendo se aproveitar do fato de que, hoje, a competitividade existe – há produções espanholas, dinamarquesas, holandesas no mundo inteiro e não estão sendo rejeitadas pelo público por não serem norte-americanas ou inglesas. "Os serviços de streaming nos ajudaram muito nesse sentido.", pontua a diretora, que acredita que o caminho para as produtoras é investir nesse setor. "Nos contamos com as cotas de produção nacional para a TV fechada, que foram ótimas para nós mas que, ao mesmo tempo, facilitaram muito a vida das TVs a cabo, que já têm o dinheiro incentivado e só precisam escolher os produtos que vão colocar na grade. Não é um processo tão seletivo quanto o que acontece nas plataformas de streaming – elas ainda participam mais do projeto, mesmo que leve tempo e demande um orçamento maior.", afirma.

Sobre os próximos projetos da Floresta, Elisabetta adianta "Além da Ilha", série que eles estão produzindo para a nova plataforma de OTT da Globo: "É uma produção premium, com o Paulo Gustavo, gravada em locações exóticas e com um roteiro de aventura.". "Fico feliz de ver a Globo trabalhando cada vez mais com produtoras independentes e mostrando essa preocupação de se investir em séries que normalmente eles não colocariam na grade da TV aberta.", finaliza.

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