A ABTU, associação Brasileira de Televisão Universitária, propôs em carta ao Ministério da Educação que inclua a mídia-educação na Base Nacional Comum Curricular.
Trata-se da modalidade definida pela Unesco como "o estudo, o ensino e a aprendizagem dos meios modernos de comunicação e expressão, considerados como parte de um campo específico e autônomo de conhecimentos, na teoria e na prática pedagógicas, o que é diferente de sua utilização como auxiliar para o ensino e a aprendizagem em outros campos do conhecimento, tais como a matemática, a ciência e a geografia".
As justificativas da associação, são, entre outras, que a televisão é o principal eletrodoméstico dos lares brasileiros, presente nas casas de 98% da população, e que é "inegável a presença da televisão na cultura nacional, na construção da identidade do brasileiro e sua influência na pauta cotidiana dos cidadãos e nas suas concepções de cidadania".
Também cita dados do Painel Nacional de Televisão, do Ibope Media, mostrando que o tempo médio que as crianças e os adolescentes passam em frente à televisão aumentou nos últimos 10 anos (entre 2004 e 2014) (Criança e Consumo, 2015). O tempo partiu do já grande número de 4h43 para 5h35, contando TV aberta e paga, sem contabilizar os programas sob demanda, como os do Netflix e Youtube. Como comparativo, o tempo médio por dia de permanência das crianças na escola é de 3h15.
A ABTU lembra que diversos países, entre eles Canadá, Estados Unidos e Reino Unido, desde os anos 1960, iniciaram propositivas de inclusão da mídia-educação em seus currículos formais e, a partir dos anos 1980, consolidam as iniciativas com resultados significativos na literacia audiovisual e midiativa e análise crítica da mídia, estabelecendo políticas estáveis de estado, e que a Unesco reconhece, incentiva e apoia a introdução da mídia-educação desde os anos 1970, consolidado com sua primeira declaração oficial assinada em 1982, em Grunwald, na então Alemanha Ocidental.