FSA investirá em distribuição de longas de pequeno, médio e grande porte

Cristiano Sérgio ©FOTOFORUM
Manoel Rangel, presidente da Ancine

A Ancine lançou nesta quarta, 19, em evento no Museu da Imagem e do Som, em São Paulo, a Chamada Pública Prodecine 3/2016, destinada à seleção de projetos de distribuição de obras cinematográficas para exploração em todos os segmentos de mercado, com destinação inicial às salas de exibição.

A nova chamada pública do Programa Brasil de Todas as Telas, que funciona em regime de fluxo contínuo, traz três importantes mudanças em relação à Chamada de 2013: o aumento dos recursos aportados pelo Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) – passando de R$ 5 milhões para R$ 30 milhões -, a divisão por modalidades para as propostas de distribuição e o investimento em P&A – o Print & Advertisement é o custo de distribuição das cópias (físicas ou digitais) do filme e a propaganda.

Serão três modalidades de investimento, de acordo com o tamanho do lançamento do longa-metragem de ficção, documentário ou animação. Na modalidade A, serão disponibilizados até R$ 500 mil para obras com lançamento comercial em, no mínimo, 100 salas de cinema, simultaneamente, por ao menos uma semana. Para essa modalidade serão destinados um total de R$ 20 milhões.

Os outros R$ 10 milhões do edital serão divididos entre as modalidades B e C. Na primeira se enquadram os lançamentos de obras para exibição em, no mínimo, dez salas de cinema, simultaneamente, por ao menos uma semana. Já a modalidade C é para os lançamentos de obras para exibição em, no mínimo, dez salas, não sendo obrigatória a simultaneidade.

Para a inscrição nas categorias A e B a produtora proponente deverá obrigatoriamente apresentar um contrato de distribuição. Já na modalidade C, é facultativo a vinculação com uma empresa distribuidora brasileira independente.

"A transformação do cinema mundial levou a um achatamento do box office. Há poucos filmes vendendo muito e muitos vendendo pouco. O filme médio quase sumiu – são os filmes grandes que fracassaram ou, com sorte, pequenos que estouraram na bilheteria", diz o presidente da Ancine, Manoel Rangel, referindo-se a filmes médios com bilheteria que variam entre 200 mil a 500 mil espectadores no Brasil. "Também é preciso apoiar os pequenos lançamentos de filmes, assim como os grandes lançamentos. Apoiar no P&A e no processo de comercialização. Por esta visão, nós e o comitê gestor do FSA, reformulamos o Prodecine 3 para que pudesse lidar com três universos", completa Rangel.

Segundo o presidente da Ancine, o P&A é, historicamente, um investimento privado, que nunca demandou recursos públicos. "A decisão da Ancine de apoiar o P&A é tomada com cautela. Não é razoável que o recurso público substitua o investimento privado na cadeia de valor. Portanto nossa premissa é que não faz sentido haver a substituição do investimento privado na cadeia de valor", diz. Embora não haja uma regra nesse sentido, a expectativa da Ancine é que o distribuidor invista, no mínimo, o mesmo valor investido pelo FSA. "Isso será levado em conta na análise das propostas de investimento", explica.

Segundo Rangel, a meta é investir em 100 longas-metragens, sendo 40 lançamentos em mais de 100 salas e 40 de filmes de fora do eixo Rio-São Paulo.

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