4K, 3D e frame rate alto criarão um novo cinema, diz Ang Lee

66ème Festival de Venise (Mostra)

O diretor Ang Lee ("O Tigre e o dragão", "Hulk") foi um opositor ao uso de tecnologias avançadas no cinema durante muito tempo. Filmando em película, não permitia que seus filmes passassem pelo processo de correção de cor digital mesmo quando a prática já era um padrão na indústria. Hoje, é um entusiasta das novas tecnologias e vem experimento-as em seu filmes mais recentes. Seu próximo filme, "Billy Lynn's Long Halftime Walk", foi captado digitalmente em um formato bastante complexo, com definição 4K, em 120 frames por segundo e em 3D. "Acho que estamos começando a aprender o que é o cinema", definiu o cineasta ao comentar o uso das novas tecnologias. Para ele, o espectador processa de forma diferente as imagens quando recebe mais informação. "4K é mais que 2K, 120 frames é mais (informação) que 24 e 3D é mais que 2D. O problema é que ainda estamos aprendendo como podemos usar isso tudo", disse.

Segundo Lee, comparando as cenas em 60 fps e em 120 fps, mesmo a interpretação dos atores pareceram melhores na segunda versão. Com o aumento de frames por segundo, a imagem tende a ficar muito mais nítida, evidenciando características que normalmente sequer são notadas nos filmes em 24 frames. "Não ousamos usar maquiagem nos atores, com exceção de uma cheerleader, que deveria mesmo (na história) estar com maquiagem", disse.

O processo de edição também foi diferente, conforme explicou o editor do filme Tim Squyres, que trabalhou com o diretor em seu filme anterior, "A vida de Pi". O editor explica que usou uma versão beta de sua ilha Avid que permitia editar em 60 fps. "Não é a mesma coisa que 120 fps, mas é muito melhor que apenas 24 quadros. Quanto mais próximo do resultado final, melhor", disse. No filme anterior com Lee, o editor fez toda a edição usando óculos 3D.

Lee participou esta semana do NAB Show, em Las Vegas.

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