Como a manutenção em órbita pode mudar a indústria de satélites

Uma das grandes inovações e promessas tecnológicas que podem transformar o mercado de satélites é o conceito de manutenção e reabastecimento em órbita. Se hoje os satélites, depois de lançado, têm uma vida útil limitada ao combustível necessário ao seu controle orbital, no futuro eles poderão ser reabastecidos, reposicionados ou mesmo ter partes danificadas trocadas. Segundo Joe Anderson, vice-presidente de desenvolvimento de negócios da Orbital ATK, que participou nesta quinta do Congresso Latinoamericano de Satélites, realizado no Rio de Janeiro, existem hoje mais de 450 satélites geoestacionários, sendo que 100 deles já em fase final de vida, e esse é o mercado potencial para o conceito de serviços em órbita. Na década de 90, serviços de manutenção já foram realizados no espaço, mas era necessário mandar astronautas em um ônibus espacial para o serviço. Destes satélites, cerca de 80% poderiam receber algum tipo de manutenção em órbita, diz Anderson.

A Orbital ATK está desenvolvendo um veículo de extensão de missão (MEV), que é uma espécie de satélite robô que pode se acoplar a satélites antigos, introduzir um tubo de reabastecimento e prover mais combustível. Cada MEV (que é, na prática, um satélite) teria condições de atender algumas dezenas de satélites em órbita, mas os primeiros lançamentos de veículos desse tipo só acontecerão em 2019, e partirão com missões definidas, ou seja, para atender clientes esprecífico. O primeiro cliente é a Intelsat.

A operação é extremamente arriscada, pois esse tipo de manobra nunca foi feita no espaço e os satélites em órbita não foram projetados para esse tipo de manutenção. Mas se o conceito for bem sucedido, diz Anderson, é possível que no futuro os satélites já sejam projetados para esse tipo de serviço, o que diminuiria os riscos e ampliaria a possibilidade de serviços, como upgrades de partes eletrônicas e payload (capacidade).

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