Vivo planeja dobrar número de cidades com oferta de IPTV

A Vivo registrou queda na base de acessos de TV paga no terceiro trimestre, mas houve uma melhora no mix com a maior quantidade de assinaturas em IPTV, que avançou 75,5% no comparativo anual e fechou o trimestre com 351 mil acessos. De acordo com o COO da companhia, Christian Gebara, houve um aumento de receita de 76,8% nesse segmento, o que levará a operadora a impulsionar a tecnologia nas praças onde já oferece fibra até a residência (FTTH). "Vamos colocar IPTV em todas as capitais mais importantes até o final do ano", declarou ele em teleconferência de resultados para analistas nesta quarta, 25.

Além disso, o plano é de levar a plataforma de TV para todas cidades onde atua com FTTH. Atualmente a Vivo conta com 41 cidades com IPTV, mas quer praticamente dobrar essa quantidade ao longo do próximo ano. "Nossa decisão é de levar IPTV a todas as 83 cidades onde temos FTTH" até o final do primeiro semestre de 2018.

Gebara acredita que há uma "mudança clara" da base, que estaria migrando de DTH para IPTV. E, com o foco na nova tecnologia, espera que isso consiga ter retorno. "Isso vai se refletir nas receitas. Não demos guidance em real crescimento, mas vai ser uma mudança de mix com mais IPTV e menos consumidores de DTH", declarou ele. Atualmente, 22% da base de TV paga na empresa é com IPTV, enquanto os 78% restantes são DTH – há um ano, a proporção era de 13% e 87%, respectivamente.

Até por conta disso, o executivo alega não haver interesse em uma eventual compra da Sky por conta da fusão entre AT&T (controladora da operadora de TV por satélite no Brasil) e Time Warner. "Estamos focando em IPTV, é a abordagem certa", respondeu Gebara.

Infraestruturas

Para levar o IPTV, o FTTH é a chave para a Vivo. A companhia já registra crescimento na cobertura, com 12 novas cidades durante o ano, totalizando as 83 cidades mencionadas pelo executivo – a expectativa é de adicionar mais quatro até o final de 2017. Além disso, houve um aumento de 31,5% nas receitas com a fibra, o que justifica o foco. "Em São Paulo, tudo que estamos construindo é FTTH, mas algumas áreas ainda vamos ter xDSL, ainda é difícil dizer quando teremos mais da nova tecnologia do que da antiga", declara. A questão é que no Estado há "muitos homes-passed" e que, por isso, enxerga "muita oportunidade para crescer".

A infraestrutura LTE também faz parte da tendência de foco em serviços de alto valor. A companhia contabiliza 1.403 novas cidades com 4G somente em 2017, sendo 96 com a tecnologia LTE-Advanced, chamada comercialmente de 4G+ pela Vivo. Além disso, já conta com 199 cidades com o espectro de 700 MHz. No total, são 1.919 municípios cobertos com a quarta geração, o que representa cobertura de 76% da população brasileira.

Outra vertente do programa da Telefônica é o de transformação digital. A companhia investe para fazer a digitalização da infraestrutura e processos de TI, prevendo o desligamento de mais de 100 sistemas de TI nos próximos quatro anos, levando a uma solução full stack. Gebara afirma que a companhia está na direção certa, com resultados positivos, mas que a jornada pode ser longa. "Depende de dois elementos: temos capacidade de processo e TI, e investimos muito nisso, estamos implantando full stack e indo além em outros segmentos. A segunda coisa é a adoção, convencer consumidores e educa-los a usar os canais. Acho que será um processo de alguns anos."

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