A Comcast/NBCUniversal fechou acordo para a compra da Dreamworks por US$ 3,8 bilhões em dinheiro. Com isso, a produtora passa a fazer parte da área de entretenimento em cinema do grupo (que já conta com os estúdios Universal).
A marca Dreamworks será mantida e o atual CEO e cocriador da empresa, Jeffrey Katzenberg, terá o cargo de chairman da DreamWorks Animation New Media, que tem ainda participações na AwesomenessTV e na Nova. Katzenberg também se torna consultor da NBCUniversal.
O acordo deve passar agora por avaliações regulatórias e deve ser concluído até o final do ano. Há uma multa de US$ 200 milhões caso a negociação não se concretize.
Análise
O mercado cinematográfico norte-americano teve seu início, no começo do século XX, com um modelo altamente verticalizado, em que os estúdios controlavam o processo de produção, distribuição e até mesmo exibição dos filmes. Ao longo das décadas, a regulamentação obrigou a uma separação entre estas atividades, criando indústrias independentes.
A partir da década de 1990, com a desregulamentação, estes segmentos voltaram a se fundir em conglomerados que controlam toda a cadeia, de forma verticalizada. Um exemplo é a própria NBC, que fundiu-se aos estúdios Universal, e em outro momento foi comprada pela operadora de cabo Comcast, que hoje adquire a Dreamworks. O mesmo se passou com a ABC/Disney, Viacom/Paramount, Fox, Time Warner etc.
Dos grandes estúdios de animação, a Dreamworks era o único grande que seguia independente. Disney e Fox, por exemplo, estão ligadas a grandes grupos, que contam com emissoras de TV aberta, canais por assinatura e outros negócios, como parques temáticos etc. Suas ações oscilavam de acordo com o maior ou menor sucesso de cada lançamento. Agora, junta-se ao grupo dos grandes conglomerados, que controlam praticamente toda a indústria do entretenimento nos EUA, seguindo o caminho já trilhado pela LucasFilm, Marvel e Pixar, compradas nos últimos anos pela Disney.
