Entre os fatores externos que justificam as previsões de instabilidade são citados pelos analistas os seguintes: 1) Ameaças concretas de desvalorização do yuan chinês, o que provocaria uma nova guerra cambial entre os mercados emergentes, aumentando a desconfiança em relação a esses países, inclusive o Brasil; 2) Possibilidade de descompasso entre as necessidades brasileiras de recursos e o timing das liberações de créditos pelo FMI. Do ponto de vista interno, as preocupações não são menores: 1) Dificuldades políticas para aprovação de partes importantes do pacote, especialmente no que diz respeito ao Fundo de Estabilização Fiscal e transferência de depósitos judiciários de bancos estaduais, que geram muito descontentamento na esfera das prefeituras e governos estaduais, cuja arrecadação ainda diminui com a recessão; 2) Possibilidade de instabilidade social, com a volta das manifestações de rua de funcionários públicos e desempregados; 3) O presidente FHC terá que fazer grandes concessões políticas a seus aliados, que já começam a ocupar posições na corrida eleitoral de 2002.