Turner anuncia transmissão do Campeonato Brasileiro de 2019

Quatro meses após o fim do Esporte Interativo como canal linear, o grupo Turner anuncia a transmissão do Campeonato Brasileiro do futebol em 2019 pelos canais TNT e Space. É a primeira vez em mais de 20 anos que um dos maiores eventos esportivos nacionais tem uma nova casa. Em evento realizado em São Paulo nesta terça, 27, representantes do grupo garantiram as transmissões ao vivo de 42 jogos da série A do campeonato ao longo de 38 semanas. Além dos canais lineares, o conteúdo também está confirmado no Esporte Interativo Plus.

Durante a apresentação, Antonio Barreto, gerente geral da Turner no Brasil, afirmou que a novidade implica em oportunidades de novos negócios às marcas patrocinadoras. E os números do canal relacionados ao futebol são, de fato, positivos: a TNT foi líder absoluta da TV paga durante a exibição de todos os jogos das terceiras e quartas rodadas da Fase de Grupos da UEFA Champions League, além de marcar 4,77 pontos de audiência na primeira fase 18/19 – um recorde. No digital, o impacto do grupo ao longo do ano também foi bastante relevante. Em termos de engajamento online, o Esporte Interativo empatou com a FIFA durante a Copa do Mundo de 2018, mesmo sem possuir nenhum tipo de direito de transmissão em relação ao mundial.

"Os últimos dois anos foram extremamente complicados para nós e para o mercado de televisão em geral. A crise econômica, somada à transformação da TV, fez com que os grupos de mídia se desdobrassem atrás de soluções. Hoje, podemos dizer que as crises nos incentivaram a buscar nosso melhor. Voltamos a falar com o consumidor para entender o que ele queria. A demanda por mudanças era clara.", declarou Barreto durante o evento.

Após a apresentação oficial, o executivo falou com exclusividade a este noticiário. "A Turner tem uma experiência em esporte muito relevante. Já descobrimos há muitos anos que para ser forte no segmento não é preciso necessariamente ter um canal exclusivo de esportes. O esforço de ter um canal específico não compensa – é uma audiência fiel, porém pequena. Vamos tratar o esporte como entretenimento para poder reunir tudo isso.", afirmou.

"No Brasil, o processo foi super dolorido. Discutimos isso por muito tempo, mais de um ano, vendo os dois modelos de negócio – trazer eventos esportivos para um canal de grande audiência ou ter um canal exclusivo de esporte que te obrigue a buscar eventos para justificá-lo – optamos pela primeira opção. Em um canal de esporte, é difícil que a conta feche. Os direitos que o levariam para cima são muito caros, e não geramos audiências que justifiquem os investimentos publicitários.", continuou. "Se você já tem um canal com boa audiência e o utiliza para transmitir um evento que também já traz uma audiência própria, um ajuda o outro. O esporte ajuda os canais de entretenimento e estes, por sua vez, se apresentam como nova plataforma para o esporte.", pontuou.

Com a novidade, o grupo Turner se coloca na contramão da tendência dos maiores canais da TV por assinatura e das plataformas de VOD também de assumir uma postura cada vez mais nichada. "É claro que pensamos nisso. Mas atender audiências agregadas é algo que ajuda a criar um modelo econômico positivo para o canal. O modelo de televisão mudou, estamos no meio dessa mudança. Talvez daqui pra frente esse nichado não faça mais sentido. A expectativa das pessoas diante da televisão é cada vez mais alta, ninguém assiste mais só por assistir. As pessoas querem exclusividade e eventos ao vivo, e uma programação ampla vai ao encontro disso. É construir conteúdo para atrair a audiência e entregar o que ela quer.", finalizou Barreto.

2 COMENTÁRIOS

  1. Muito interessante esse ponto de vista da Turner. Realmente, não faz mais sentido um canal ser apenas de esporte, atualmente. Ainda mais com o domínio de uma Globo sobre todos os esportes.

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