Facebook e Esporte Interativo não revelam estratégia com o licenciamento da Liga dos Campeões

(Atualizada às 23:20 de 1 de julho) Nesta semana, blogs e colunistas esportivos divulgaram que a próxima edição da Liga dos Campeões será transmitida de forma gratuita pelo Facebook e, na TV a cabo, pelo Esporte Interativo, do grupo Turner, que já detinha os direitos na TV paga. A surpresa foi a desistência da Globo em disputar os direitos na TV aberta e na TV paga. Os valores não foram revelados, mas as informações não surpreendem quem vinha acompanhando a estratégia do grupo Globo, que tem se esforçado por racionalizar seus gastos com direitos esportivos e procurar investir em conteúdos mais rentáveis. No caso da Champions algumas coisas pesavam contra: o valor em si dos direitos, as dificuldades de viabilizar um produto que vinha com a marca de cervejas Heineken atrelada (a Ambev é uma das principais parceiras do grupo Globo em esportes) e os horários pouco atraentes para grandes audiências, com muitos jogos durante a semana e à tarde.

O Grupo Globo teria desistido da concorrência por conta dos gastos com os direitos do Campeonato Brasileiro e da Copa Libertadores e pelo novo sistema de pacotes desenvolvido pela Uefa, no qual não houve venda separada por mídia, e sim pacotes com direitos sobre jogos. A Globo terá ainda este ano que contabilizar grandes despesas da Copa do Mundo, e seu resultado operacional, já negativo em 2017, tende a ficar pior. Por esta razão, a emissora tem sido extremamente conservadora em seus gastos com esporte, ainda que isso signifique deixar a porta aberta para que grupos de Internet, como o Facebook, que não têm nenhuma limitação legal de atuar no Brasil com conteúdos esportivos (ao contrario das teles, limitadas pela Lei do SeAC). A Telefônica, por exemplo, adquiriu parte dos direitos da Champions na Espanha e esta semana adquiriu os direitos da La Liga, o Campeonato Espanhol.

Os detalhes técnicos da definição da concorrência não foram divulgados nem por Facebook nem por Esporte Interativo, bem como a divisão das partidas entre os vencedores da licitação. Procurados, tanto o Facebook quanto o Esporte Interativo não confirmaram sequer serem os novos detentores das transmissões da Liga. Portanto, ainda é desconhecida a estratégia para transmissão de esportes no Brasil pela plataforma, a possibilidade de divisão de direitos com a TV aberta, a infraestrutura para cobertura e a capitalização do negócio. (Colaborou Samuel Possebon)

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