Dez anos após adoção do SBTVD, radiodifusão começa a debater padrão mais avançado

A possibilidade de evolução da televisão para um padrão digital que contemple mais definição e maior convergência com outras plataformas deu a tônica da abertura do Congresso SET Expo 2016, que acontece esta semana em São Paulo. A cerimônia também marcou os dez anos da adoção do padrão atual de TV digital, o SBTVD – Sistema Brasileiro de TV Digital.

O presidente da SET, Olímpio Franco, anunciou a criação de um fórum para dar início os debates em torno de um padrão de ultra high definition, abrigando, além da SET, a associações como Abert, Abratel, ABTA, Abine e Eletros. "Transcorridos os dez anos da adoção do padrão, o momento da TV digital é ainda de transição. Acompanhamos agora o desligamento das transmissões analógicas do setor. Mas temos que olhar para o futuro, um exercício permanente da SET", disse o presidente da Sociedade de Engenharia de Televisão.

Segundo o dirigente da SET, não basta o esforço técnico, mas que hajam condições para a evolução da radiodifusão. "Para as transmissões terrestres em TV aberta, é fundamental manter canais disponíveis para o ultra HD. Contamos com o apoio do governo", disse.

Roberto Franco, presidente do Fórum do SBTVD, concorda que já se faz necessário rediscutir o futuro da televisão. "É um desafio que está pela frente e tenho certeza que a SET contribuirá", disse.

História

Participaram da cerimônia o ex-presidente da SET Fernando Bittencourt, que teve papel chave nas discussões em torno da adoção do atual modelo de TV digital, bem como o ex-ministro das Comunicações Hélio Costa, que estava à frente da pasta quando o padrão foi adotado.

"Há dez anos, não tínhamos certeza sobre se deveríamos adotar o HDTV ou não. Alterar o sistema japonês também não foi uma decisão trivial – já que tínhamos uma história com o PAL-M. Hoje, temos certeza que as decisões foram corretas. Temos o melhor sistema de TV digital do mundo", disse Bittencourt.

O ex-ministro Hélio Costa lembrou que que a adoção do MPEG-4 no Sistema Brasileiro de TV Digital, naquele momento, encareceu em US$ 80 os receptores de TV. "Chegamos a ter conversores que custavam mais caro que uma televisão. Hoje o chip que custava US$ 80 custa US$ 0,10", comemorou.

A cerimônia contou ainda com autoridades do Japão e de países latinos que optaram pela versão brasileira do padrão ISDB-T de TV digital.

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