72% dos millennials não viram a tela do celular; daí a relevância do conteúdo na vertical

O conteúdo vertical começou a se disseminar especialmente por conta de aplicativos como Snapchat e Instagram – este, de forma mais específica pelos Stories -, que se estabeleceram como agentes de mudança nos hábitos de consumo de vídeos. Mais comuns principalmente na rotina dos millennials – 72% deles não viram a tela do celular para assistir a conteúdos na horizontal – os conteúdos na vertical tendem a, mais do que se firmarem como formato de mídia efetivamente, se tornarem a principal maneira de exibição de vídeos no ambiente digital. "O foco está na mudança de paradigmas comandada pelas novas gerações.", explicou Christopher Lee Ball, responsável por VP, Research e Design na Constellation Ai durante o Festival Whext nesta terça, 30/10, em São Paulo.

Lee Ball descreve a disseminação do conteúdo vertical a partir dos retratos, formatos mais íntimos de fotografia. A questão da intimidade ali presente segue até os modelos atuais, de materiais como os produzidos nos Stories do Instagram que, além de mais íntimos, são efêmeros – uma vez que permanecem nas páginas por apenas 24 horas – e focam na "cena", e não na jornada. Além disso, esse fator temporário demanda menos tempo na produção do conteúdo, menos profundidade e, assim, permite maior agilidade, segundo Christopher.

A Gol é um exemplo de marca que, desde o último ano, tem trabalhado apenas com esse formato de conteúdo, como parte de um novo posicionamento de marca. "O insight veio a partir da constatação de que as maiores vendas de passagens estavam acontecendo ou pelo aplicativo da Gol ou pelo site no mobile.", conta German Carmona, Brand Manager da empresa. Eles, então, começaram a fazer experimentos nesse sentido e atingiram resultados extremamente positivos. Com o case "Stories da Seleção", por exemplo, produzido durante a Copa do Mundo de 2018, a marca bateu recorde de interação, alcançando cerca de 15 milhões de pessoas e aumentando o número de comentários em sua página no Instagram em 122%. "A partir daí, direcionamos todas as nossas produções de vídeos para o vertical. Esse é o formato prioritário, mas a entrega declina daí para os outros formatos também. É um novo briefing de trabalho conjunto para as agências e produtoras.", completou Carmona. Outra conclusão relevante da Gol foi a de que a retenção do consumidor com o vertical aumentou em 80%.

Steve ePonto, integrante do time de Creative Strategists do Facebook, revela que a plataforma tem adotado como missão provocar anunciantes e criativos a pensarem no formato vertical para produção de seus conteúdos. Alguns dados importantes que ele apresenta são: três vezes mais pessoas veem os vídeos na vertical até o fim em comparação com a horizontal; o Brasil é o país que mais produz Stories no Instagram; 73% das pessoas concordam que os Stories permitem que elas experienciem coisas para além de seus cotidianos; 64% afirmam que produzir Stories eleva seu lado criativo; e 55% declaram que os Stories as ajudam a dar um "break", mentalmente falando. "Pensar no vertical como um desafio criativo é a prioridade agora.", define Steve, acrescentando ainda que o Facebook está prestes a lançar o primeiro "Stories Festival", com premiações em diferentes categorias e inscrições que abrem a partir do dia 05 de novembro. "Enquanto veículos e marcas já concordam que o vertical é o caminho, a criação ainda não descobriu como contar histórias para esse novo formato.", alerta o criativo do Facebook.

Para Christopher, a dica é tirar inspiração dos usuários "comuns", especialmente os jovens, que já nasceram acostumados a produzirem seus próprios conteúdos e a enxergarem, uns aos outros, como criadores dos mesmos. "É um cenário fértil para os produtores. É uma demanda dos clientes que permite agora que eles criem como forma de experimentação.", conclui Steve.

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