Reunir marcas que não sejam concorrentes dentro de uma grande experiência é um caminho para a realidade imersiva

"Existe muito desejo, mas o desconhecimento ainda é grande.". A frase de Tadeu Jungle, CEO da Junglebee, define bem a produção imersiva no Brasil. Em painel sobre o assunto realizado durante o Festival Whext nessa terça, 30/10, em São Paulo, Jungle e demais representantes e entusiastas do assunto debateram o atual momento e os ainda constantes desafios do segmento no país.

Sebastian Adam e Eduardo Picarelli representam anunciantes que já trabalham bem com os conteúdos imersivos – Volkswagen e Heineken, respectivamente. Para Picarelli, o objetivo primordial da produção imersiva deve ser o entretenimento para o público com o adicional da experiência de marca. "O desafio, neste sentido, é entender de que forma o conteúdo vai somar alguma coisa para o consumidor.", declara. Já Vinicius Gamaro, da Construtora Gramaro, aponta uma opção para tornar a realidade imersiva mais acessível. "Dá para ser sustentável reunindo marcas que não são concorrentes dentro de uma única e mega experiência. Isso impacta ainda mais o consumidor e sai mais barato para todo mundo.", sugere.

O fato é que as barreiras do conteúdo imersivo no Brasil ainda são muitas. Jungle, um dos maiores especialistas do segmento dessa produção nacional, afirma que é necessário haver ainda um processo de "evangelizar os clientes", uma vez que os anunciantes têm muito interesse em trabalhar com essas ferramentas mas ainda desconhecem as possibilidades. Sua produtora, a Junglebee, nasceu neste ano com o mote de criar realidade virtual com propósito. "As diferentes realidades podem ser máquinas transformadoras de empatia, pois levam as pessoas para dentro de questões sociais.", desenvolve. Como exemplo, ele cita filmes já realizados pela Junglebee, como "Rio de Lama", "Fogo na Floresta" e "Ocupação Mauá" – todos possuem causas – sociais, ambientais – como temática. Jungle ressalta ainda que não há como medir exatamente a escala dessas produções. "Mais do que números, o que importa é o buzz que geram. Isso é o que a realidade mista tem em especial.", explica.

O CEO da Junglebee dá, como exemplos de marcas internacionais que trabalham bem com a realidade mista, Coca-Cola, Audi e Ikea. Em comum, ele considera que todas tenham a preocupação de contar boas histórias. "Para além do storytelling, que é o que move todo o trabalho audiovisual, as diferentes realidades promovem o storyliving, o que interessa especialmente para segmentos como moda, esporte e jornalismo.", pontua. Por fim, ele acredita que, mesmo que a produção nacional ainda não registre bons números de crescimento, a realidade mista seja um fator inexorável, e é um entusiasta do futuro dessa tecnologia aqui e no resto do mundo. "O conteúdo imersivo como um complemento da programação da TV linear é uma possibilidade, por exemplo.", finaliza.

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