"Chatô" vai para o digital antes de cumprir as janelas tradicionais

"Chatô", de Guilherme Fontes

O diretor Guilherme Fontes fechou o licenciamento do filme "Chatô" (do qual também é o distribuidor) para a Netflix e o Now antes mesmo do filme cumprir o circuito convencional de janelas de distribuição (canais premium, canais básicos etc).

O filme está disponível para aluguel com exclusividade na plataforma de VOD transacional da Net desde o dia 22 de janeiro, e estreia na Netflix, para todos os assinantes da plataforma no mundo, no dia 20 de fevereiro. Após seis meses o filme estará disponível para exibição em TV aberta, e pode ir para a TV por assinatura já no ano que vem. Também há negociações para outras plataformas.

"A melhor oferta sempre vence e dita a ordem para as demais janelas. Vide o caso do 'Que horas que ela volta' (de Anna Muylaert), que foi pra a TV aberta quase antes de sair dos cinemas", disse Fontes a este noticiário. "A Netflix é a mais nova amiga do produtor independente. Chega com vontade e poder de realizar e valorizar coisas importantes", completou o diretor.

Este formato de distribuição não é possível para a maioria dos filmes. Segundo apurou este noticiário, a negociação só foi possível porque "Chatô", com toda a sua história de produção, que começou há cerca de 20 anos, não tinha contratos de pré-venda com distribuidoras ou canais. Hoje a maioria dos filmes depende destes contratos para se financiar, e quando são finalizados já têm definidas as primeiras janelas de exibição com as distribuidoras ou canais que participaram do financiamento. "Chatô" estava livre para ser licenciado, o que facilitou a negociação.

Ele diz que a plataforma, se existisse antes, poderia ter antecipado o lançamento do filme. "Depois de 15 anos impedido (de lançar), imagino quantos filmes e séries poderia ter feito nesse período", disse. "Não pude avançar como produtor e diretor, e como só temos uma vida, esta foi a maneira mais rápida e eficaz do meu trabalho ser visto no mundo todo por cerca de 70 milhões de lares. De forma global sem a Globo", conta Fontes. A negociação, disse ele, foi "rápida e profissional. Sem delongas políticas".

"Isso só esta acontecendo pela qualidade do produto e dos profissionais envolvidos. Qualidade tipo exportação. Estou muito satisfeito com meu filme. Ser parado nas ruas pelo publico do filme e não só pelos sucessos da TV é mágico. Depois das críticas arrebatadoras, do prêmio APCA da crítica paulista e das graves limitações de exibição nas salas, estou realizado", completa o diretor.

2 COMENTÁRIOS

  1. Fico muito feliz em ver isso acontecendo. Quebrando as "regras" e mostrando que está na hora dessas grandes empresas "rebolarem" mais e oferecerem um serviço e acesso melhor.

  2. Senhor Guilherme, será com a arrecadação da Netflix que o senhor pretende pagar a todos que deve? Estou acompanhando a bilheteria do filme, senhor Guilherme, minha mãe ficou sem receber o cachê de costureira. Ela e muitros outros, lembra disso?

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