O "Cinejornal", do Canal Brasil, está com novidades a partir desta quarta-feira, dia 2 de abril. O programa agora terá duas edições inéditas por semana: às segundas e quartas, às 19h30, e também poderá ser conferido na íntegra no YouTube do canal no dia seguinte à exibição, às terças e quintas, a partir das 19h. A atração está sob comando da jornalista Maria Clara Senra, nova editora-chefe do jornal, que continua sendo apresentado por Simone Zuccolotto. Simone, Maria Clara e Kiko Mollica são responsáveis pelas reportagens, e completa o time Luciana Araujo, gerente de produção e conteúdo.
"Estou no Canal Brasil há 21 anos, então, posso dizer que conheço o 'Cinejornal' desde sua 'infância'. Desde sempre o programa acompanha e dá as notícias do audiovisual de perto, cobrindo festivais internacionais, nacionais, pré-estreias e bastidores e fazendo entrevistas com os maiores nomes do cinema e também com aqueles que estão começando suas carreiras. Tivemos o privilégio de presenciar a trajetória de grandes nomes, mostrando as diversas etapas dos trabalhos de cada um. Nosso conteúdo e a profundidade dele permanece ao longo dos anos, o que o faz mudar é o mercado e a necessidade de se adequar a ele em vários sentidos", analisou Luciana Araujo, gerente de produção e conteúdo do Canal Brasil, em entrevista exclusiva para TELA VIVA.
Maria Clara Senra, editora-chefe, completou: "Estamos fazendo um novo 'Cinejornal', mas mantendo nossa matéria-prima. O fundamento é o mesmo: falar sobre cinema e audiovisual brasileiro com um olhar especializado, aprofundado e sensível para as questões e profissionais do setor". Ela ressaltou ainda que o programa estreia essa nova etapa em meio a uma fase potente e bonita do cinema brasileiro. "Estivemos acompanhando o cinema brasileiro em todos os seus momentos, até nos bem ruins. É bom podermos estar agora também, nessa nova fase, fomentando tudo isso, ajudando na formação de público, divulgando, fazendo os filmes chegarem a mais pessoas. Sabemos que temos uma audiência nichada, mas sabemos também que são esses canais superbrasileiros que formam público, exibem esse conteúdo, cobrem os filmes e estão junto dos realizadores. Minha expectativa é conseguir honrar tudo isso. Manter nosso legado e também evoluir e criar coisas novas".
Dinâmica do programa e novos quadros
Com um novo formato, com exibição duas vezes por semana e 13 minutos de duração em cada edição, o programa também trará novos quadros. Senra, por exemplo, gravará a "Agenda", um quadro curto que busca noticiar tudo o que está acontecendo, entre eventos, os próprios lançamentos da programação do Canal Brasil e estreias no circuito comercial de cinema também. Ainda sem nome definido, um outro quadro trará artistas falando sobre seus filmes favoritos – não os que fizeram, mas aqueles que mudaram suas vidas, os transformaram de alguma maneira.
"Tem muita coisa acontecendo, ainda bem! Então tento, alinhada à Luciana, fazer essa seleção. Temos um olhar atento para as nossas coproduções, que são muitas, e tentamos acompanhar os filmes desde o início, quando estão sendo rodados, até a participação em festivais e o lançamento. Temos tentado estar cada vez mais presentes nos grandes festivais internacionais, como Sundance, Cannes, Veneza e Berlim, e nas pré-estreias, com entrevistas. Em breve, viajo para acompanhar os Prêmios Platino, que a gente transmite ao vivo desde a primeira edição. E dos festivais no Brasil, também tentamos estar em todas as regiões. Estou indo agora para o Panorama Coisa de Cinema, em Salvador. Estamos no Rio, mas queremos descentralizar esse olhar. Pensamos sempre no que podemos fazer, com quem podemos conversar para trazer essa visão mais diversa", detalhou a editora.
Já Araujo explicou que há muito tempo o desejo era voltar a ter o programa no horário nobre e, também, com horário competitivo fixo na grade – e ter o "Cinejornal" duas vezes na semana, com rebatidas nos dias consecutivos, permitiu isso. "Não foi uma demanda identificada na audiência, mas uma vontade da equipe do programa, que após conversar com a programação e marketing do canal, conseguiu viabilizar uma estratégia interessante", contou. "Recentemente, tínhamos o 'Cinejornal' todos os dias, no entanto, quem não conseguia ver perdia e não tinha mais acesso ao episódio. Agora o consumidor final do programa pode ver o episódio inédito, vê-lo ou revê-lo nas rebatidas e reprise, podendo ainda acessá-lo no streaming sempre no dia seguinte à exibição inédita", celebrou.
Adaptações à atualidade
As duas pontuam que, apesar de manter a mesma base, o programa buscou se adaptar às transformações na forma de consumir conteúdo dos últimos anos. "Continuamos falando com profundidade, mas é claro que a comunicação está cada vez mais rápida, mais direta, e precisamos acompanhar essa mudança. Fomos, ao longo do tempo, fazendo pequenas adaptações, tendo uma presença mais forte nas redes sociais. É algo que queremos muito agora: uma verdadeira parceria entre a parte digital do canal e o jornalismo. Apesar de serem equipes diferentes, elas estão completamente alinhadas, como se fosse uma coisa só. Naturalmente temos que fazer matérias mais dinâmicas, curtas, mudar nosso olhar para algumas coberturas", comentou Senra.
Para além da disponibilização do programa na íntegra no YouTube, outra novidade é a divulgação dos episódios inéditos no Instagram do canal no mesmo dia que ele vai entrar no ar e a distribuição dos quadros, que serão escoados para diferentes janelas – TikTok, Instagram ou a própria programação do Canal Brasil, em formato de pílulas. "Quando vamos aos festivais, também já estamos com a cobertura alinhada à área de digital. Trazemos os destaques direto para as redes sociais para não perdermos tempo, já que é tudo muito rápido hoje. Vamos tentando nos adaptar sem perder a essência, que é nosso grande tesouro", avaliou.
Confiança e profundidade
Senra destaca que o programa – que já está há 25 anos no ar – vem acompanhando todas as fases do cinema brasileiro muito de perto, incluindo a trajetória dos realizadores, diretores e diretoras; os bastidores; o desempenho do Brasil nos festivais e os grandes lançamentos. E, nesse sentido, uma das principais conquistas não só do "Cinejornal", mas do Canal Brasil como um todo, em sua visão, é a confiança e a liberdade com os profissionais do setor. "Se vamos conversar com alguém, sabemos que a pessoa vai querer falar. E, assim, talvez ela divida com a gente coisas que ainda não tenha dividido em outros lugares. A troca de ideias é mais fluida e livre. Esse é um traço do Canal Brasil, isto é, a irreverência dos bate-papos. Os entrevistados falam de maneira aberta sobre seus projetos, o que pensam do audiovisual, como estão vendo o caminho hoje. Eles sabem que temos a memória de cada um ali, sabemos tudo o que eles já fizeram. Então conseguimos entrevistas soltas e sinceras", afirmou.
E, naturalmente, isso se reflete na audiência. "É muito legal que hoje existam muitos produtores de conteúdo falando sobre a nossa cultura e o nosso cinema, mas não podemos perder de vista o que é o jornalismo. Temos que ter credibilidade e conhecer o assunto, e essas são as grandes marcas do 'Cinejornal'. Podemos colocar novos quadros, investir num formato mais curto, dinâmico, mas faremos isso ainda de maneira aprofundada, especializada, sensível, sabendo do que estamos falando", enfatizou a editora.
Para Araujo, o "Cinejornal" impulsiona o cinema exatamente por não estar somente nos momentos em que ele se destaca. "Estamos em todas as suas fases, não só no Oscar, mas em festivais de extrema importância, como Cannes, por exemplo. Cobrimos eventos de cinema no Brasil todo, mostrando a diversidade da produção audiovisual e da cultura brasileira. Estamos nos festivais internacionais e nacionais de relevância. Também estamos nos bastidores, nas pré-estreias, entrevistando quem faz nosso cinema e nos debates políticos decisivos para o audiovisual. É dessa forma que ajudamos a fortalecer uma indústria cultural tão importante para o mundo todo", conclui.
Estreia
O episódio de estreia do "Cinejornal", no dia 2 de abril, traz uma matéria sobre os 30 anos do Festival É Tudo Verdade. Kiko Mollica conversa com Amir Labaki, fundador e diretor do festival, sobre a edição comemorativa do principal evento dedicado ao cinema documental na América Latina. O É Tudo Verdade acontece entre os dias 3 e 13 de abril, em São Paulo e no Rio de Janeiro.