A Elsys anunciará nesta terça, 1º de outubro, a chegada de Michel Marcelino como CEO. Damian Zisman deixa o cargo, mas permanece como conselheiro e sócio da companhia que completou 35 anos em janeiro.
Em entrevista a este noticiário, o novo CEO e o presidente do Conselho da Elsys, Cláudio Blatt, contaram como pretendem promover o crescimento da empresa.
A principal missão de Michel Marcelino como novo CEO da Elsys é "acelerar o crescimento". Ele enfatizou que essa será a tônica de sua gestão, buscando expandir tanto no mercado nacional quanto internacional.
A empresa vem diversificando seus negócios, reduzindo a dependência de um único cliente ou setor, e buscando inovações em produtos e serviços. Segundo Blatt, a OiTV representava 70% do faturamento no passado, quando a Elsys era a principal fornecedora e prestava o serviço de instalação de TV da operadora. "Então, nós tínhamos uma grande dependência e a gente tomou a decisão, desde o início da gestão do Damian, de diversificar a companhia. E ele fez muito bem feito, tanto que hoje não tem nenhum negócio que represente mais do que 25%", conta o presidente do conselho. As quatro principais frentes hoje são conectividade, com o produto Amplimax como carro chefe, mas também com o serviço por satélite da Hughes; entretenimento, com produtos de TV digital e por satélite; segurança, com câmeras conectáveis e fechaduras inteligentes; e inteligência artificial, desde o aporte de capital na dtLabs, anunciado em agosto.
Segundo o novo CEO, a companhia vem se preparando há muitos anos para chegar nesse momento de posição de caixa saudável, para que a escolha com mais liberdade onde colocar o foco.
Entretenimento
A Elsys segue forte no mercado de entretenimento, com soluções para recepção de TV. A empresa é a principal parceira do Siga Antenado em toda a parte de instalação, armazenagem e fornecimento, conta com soluções de TVRO e parceria com a Sky.
"Na parte de TV e entretenimento, a Elsys tem toda essa capilaridade de venda, de distribuição e de instalação. Em qualquer evolução de mercado, podemos buscar esse nosso asset e ter um fair share", diz Marcelino.
Na banda Ku, sobretudo com a TVRO, a empresa sentiu que o mercado respondeu um pouco abaixo da expectativa da demanda de equipamentos na transição para as antenas de TV aberta digital por satélite. Havia uma expectativa maior de demanda com o recente desligamento dos sinais da Globo e do SBT no satélite analógico. "Talvez essa demanda venha com o desligamento da OiTV, que deve acontecer em março. A gente chegou a vender mais de 3 milhões de instalações da OiTV no passado", aposta Blatt.
Conectividade
Além da penetração do Amplimax Ultra em áreas sem acesso à fibra, Marcelino aposta muito na complementaridade do 5G às redes físicas para promover o crescimento do produto no Brasil. Mas, no mercado brasileiro, eu acho que também tem diversas oportunidades. "Existe a oportunidade para esse produto específico no mercado corporativo, que busca redundância e resiliência. Hoje, grande parte das empresas ficam na mão de provedores que têm fibra, mas 90% da fibra no Brasil é aérea (e mais sujeita a intempéries). Então o Amplimax chega também como uma alternativa para trazer resiliência, para as operações do mercado de enterprise, do mercado de indústria, para o próprio mercado de governo", aposta o executivo.
No mercado internacional, a Elsys já está se destacando na América Latina e nos Estados Unidos, especialmente com o produto AmpliMax Ultra, que é voltado para a conectividade baseada na tecnologia 5G.
Cláudio Blatt destaca o crescimento da empresa na América Latina e nos Estados Unidos, especialmente com AmpliMax Ultra. "E a nossa escala de exportação para os Estados Unidos está crescendo tanto que uma das discussões que a gente está tendo no conselho é abrir uma filial lá", adianta.
Para Michel Marcelino, a presença de poucos operadores regionais de banda larga, "abre uma oportunidade tremenda para o Amplimax na frequência do 5G e mesmo do 4G".
Inteligência artificial
O CEO enfatiza a importância de acelerar o crescimento e a execução de estratégias, além de explorar novas oportunidades de mercado, incluindo inteligência artificial e soluções para o setor agrícola. Isso vale para o mercado internacional, já que o portfólio de clientes da dtLabs é 90% de fora do país, e para o local.O investimento na dtLabs, portanto, é estratégico para complementar o portfólio de produtos da Elsys e ainda abrir portas em lugares onde a companhia ainda tem menos acesso.
A ideia, explica Cláudio Blatt, é unir a inteligência artificial com soluções de seguraça e conectividade. "Então, a gente vai chegar no interior, onde não tem conectividade, com a Amplimax ou com a Hughes, da forma que for. E a partir dali, oferecer uma solução, ou várias soluções, de inteligência artificial, Isso vale para o comércio, para o varejo, para o segmento agrícola e até para os consumidores", explica.
Segurança
Na parte de câmeras e fechaduras inteligentes, a companhia comemora um bom momento no Brasil. "Mas a gente ainda precisa aumentar a nossa presença em varejo tradicional, no próprio e-commerce, para conseguir aumentar a distribuição dos nossos produtos em outros canais", diz Marcelino. Nesta linha, ele acredita que haja um grande potencial de exportação para Estados Unidos, Europa e Oriente Médio.