A TV Globo reuniu nesta quarta, 2 de abril, nos Estúdios Globo, no Rio de Janeiro, imprensa, influenciadores e convidados para apresentar as novidades das comemorações dos seus 60 anos. O evento contou com uma entrevista coletiva mediada por Maju Coutinho com a participação de executivos e uma experiência imersiva nos estúdios com representantes do Esporte, do Jornalismo e do Entretenimento, como Maria Beltrão, William Bonner, Ana Clara, Luciano Huck, Karine Alves, Luis Roberto e Tony Ramos.
No encontro, Amauri Soares, diretor dos Estúdios Globo, TV Globo e Afiliadas, afirmou que, assim como a TV Globo não é a mesma, a televisão também não, nem a sociedade brasileira ou o país. "Esse andar e mudar junto é da natureza da TV aberta. Andamos junto da sociedade e vamos nos transformando. Muita coisa mudou, especialmente quando falamos em tecnologia. A Globo do futuro já está aqui – nos celulares, no streaming, on demand. A Globo está em todo lugar. Essa é a Globo do futuro: onde as pessoas podem acompanhá-la da maneira que combina com o seu dia", definiu.
Nesse sentido, ele ressaltou que a evolução tecnológica ganhará novos contornos com a chegada da TV 3.0, que se materializará neste ano, coincidindo com as comemorações dos 60 anos da TV Globo. "Com ela, a televisão aberta que a gente conhece ganha camadas de customização que as plataformas digitais nativas já oferecem. Se você está assistindo a um jogo de futebol e quer ouvir só a torcida do seu time, isso será possível. Se estiver assistindo à novela e quiser saber qual é o esmalte que a personagem está usando, também. São muitas as possibilidades", adiantou.
E, para além de falar de mudança, o executivo salientou aquilo que, em sua visão, permanece: a vocação da Globo de ser uma contadora de histórias. "Somos brasileiros contando histórias do Brasil para brasileiros. Somos em 14 mil pessoas na TV Globo e mais 10 mil nas emissoras. Ou seja: 24 mil pessoas buscando as melhores histórias todos os dias. Histórias que impactam vidas, inspiram, fazem pensar, discordar, porém querer ouvir, que ajudam a compreender o nosso tempo. Esse é o laço que a Globo propõe com o Brasil. É o laço que nos trouxe até aqui e que enxergamos como a nossa continuação. Seguiremos adiante com histórias que sejam relevantes para as pessoas".
Soares ainda rebateu as antigas previsões que diziam que a televisão ia acabar. "A vitalidade e a contribuição da TV aberta são ainda maiores hoje porque vivemos uma epidemia de isolamento e individualismo. Aqui, procuramos fazer o contrário, isto é, abrir as conversas e as possibilidades", refletiu.
Janelas complementares
Para o diretor, a separação de janelas ficou no passado. Ele explica: "A TV Globo é aberta, paga, streaming. Estamos em todos os lugares. Separar isso já é algo datado. Mais da metade do consumo dentro do Globoplay é de conteúdos da TV Globo", revelou, de forma a reforçar essa ideia de que as plataformas estão interligadas. E, falando no Globoplay, o executivo celebrou o fato de que a Globo possui a maior plataforma de streaming do Brasil – tendo, entre suas vantagens, uma grande camada de conteúdo gratuito. "O futuro é este: buscaremos ter a TV Globo em todos os espaços. Nosso desafio atual é justamente disponibilizar a TV Globo em todas as plataformas. Se estivermos em todas elas, não importarão as mudanças de rotina e de cotidiano das pessoas. Estaremos sempre presentes", declarou.
Resultados recentes
Nesta semana, a TV Globo estreou sua nova novela da faixa das nove: o remake de "Vale Tudo". O primeiro capítulo, exibido originalmente na última segunda, 31 de março, foi assistido por mais de 30 milhões de pessoas na TV aberta. Quando a novela acabou, seis dos dez assuntos mais comentados nas redes sociais do Brasil eram relacionados a "Vale Tudo". No dia seguinte, ainda permaneciam três. E, no Globoplay, já são milhares de pessoas assistindo (ou reassistindo) aos primeiros capítulos.
Soares trouxe esses dados para enfatizar que o conteúdo da TV Globo não é recortado para o público por um algoritmo. "São conteúdos feitos por pessoas que querem alimentar essa conexão. Trabalhamos aqui para fazer da TV Globo uma praça pública, no sentido de que ela está aberta a todos, e a todos os temas. A TV aberta propõe o novo, o diálogo, a conversa. E foi assim essa semana com a estreia da novela".
Futuro das novelas
Dentro desse assunto, o diretor foi questionado sobre o futuro das novelas na TV Globo – pensando em como o gênero se movimentou recentemente, e teve sua transformação impulsionada especialmente pela entrada das plataformas de streaming no jogo, como a Max e o recente sucesso de "Beleza fatal". Para Soares, é tudo uma questão de adequação a cada plataforma. Ele relembrou que a Globo já produziu novelas para o streaming como primeira janela, como "Todas as flores", que tinham um número mais enxuto de capítulos e uma trama mais dinâmica. "Eventualmente o melhor formato de uma dramaturgia para o streaming não vai ser o mesmo da TV aberta, e tudo bem. É adequar à distribuição. Na TV aberta, não vemos nenhum indício de que o formato esteja desgastado. Pelo contrário. Vemos o engajamento crescendo, um buzz se formando em torno da história, bases de fãs surgindo… Precisamos entender qual o melhor formato desse gênero para as diferentes plataformas", avaliou.
Recentemente, a Globo produziu uma nova novela para o streaming: "Guerreiros do sol", que deve estrear no Globoplay ainda neste semestre, com 50 capítulos ao todo.