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Coletivo de Mulheres Diretoras de Cinema do RJ e documentaristas fazem reivindicações à RioFilme 

(Foto: Freepik)

Nesta sexta-feira, dia 2 de junho, o Coletivo de Mulheres Diretoras de Cinema da cidade do Rio de Janeiro divulga uma carta, endereçada à RioFilme, reivindicando maiores cotas de participação nos Editais Municipais de Fomento ao Audiovisual. O texto parte do seguinte argumento: “Consideramos um avanço que a Lei Paulo Gustavo determine, em seu artigo 17, que estados e municípios assegurem ‘mecanismos de estímulo à participação e ao protagonismo das populações menos privilegiadas, tais como mulheres, indígenas, comunidade LBGTQIA+, quilombolas e outros, através de cotas, critérios diferenciados de pontuação, editais específicos ou qualquer outro meio de ação afirmativa’. No entanto, o fato de a lei não exigir cotas em percentual para mulheres não deveria isentar a RioFilme de fazê-lo”. 

A carta segue: “É evidente o crescimento da participação feminina na direção de produções cinematográficas no município e no país. Portanto, consideramos que a indução de 2 pontos para projetos dirigidos por mulheres (cis e trans) prevista no edital é discrepante  em comparação aos 10 pontos dados para desempenho de empresas produtoras e não reflete a realidade atual”. Em suma, o coletivo pede que a RioFilme estabeleça em seus editais as seguintes regras: 5 pontos de indução na 1ª fase para diretoras mulheres; cumulativo com as demais pontuações de indução (pessoa negra, indígena, com deficiência, LGBTQIA+, área de Planejamento); Mínimo de 50% do total dos projetos contemplados dirigidos por mulheres; e Mínimo de 40% do total dos recursos destinados a projetos dirigidos por mulheres. O coletivo recomenda, ainda, “total transparência no processo seletivo, de forma que sejam divulgados os números de projetos de diretoras mulheres inscritos e  contemplados nos editais da RioFilme, bem como a proporção na distribuição de recursos entre diretoras mulheres (cis, LGBTQIA+, indígenas, negras e PCD) e diretores homens”. 

Documentaristas 

Os documentaristas também lançaram uma carta à RioFilme – esta, em defesa do Documentário Autoral. A classe pede revisão imediata do edital de fomento ao cinema documentário e a inclusão do formato na linha de distribuição em salas de cinema. 

“O cinema documentário é historicamente forte no Brasil, com uma produção diversificada e que atinge um público amplo, que vai desde os festivais de cinema até as plataformas de streaming. Por isso nos chama a atenção e nos preocupa que o fomento de sua produção e distribuição esteja diminuindo ano a ano, sem que uma alternativa para o fortalecimento das produções independentes e autorais seja apontada. Diminuir os recursos para as produções documentais e excluir o cinema documentário da linha de distribuição são golpes profundos na produção autoral independente, que agoniza frente a força econômica dos grandes produtores de conteúdo VOD, que aniquilam a autoria dos projetos e reduzem as possibilidades de conteúdo e linguagem documental”, introduz o texto. 

A carta critica a forma como o edital da RioFilme define o cinema documentário – “cuja trama/montagem seja organizada de forma discursiva por meio de narração, texto escrito ou depoimentos de personagens reais” – e aponta: “Ao definir o que seria a linguagem documental, o edital da Riofilme exclui outras possibilidades autorais, portanto outras demandas de desenvolvimento e de produção, reduzindo também o entendimento das necessidades de recursos para a linha. Talvez isso explique, mas não justifique, os valores tão abaixo do mercado propostos tanto no edital de Produção quanto de Complementação de Recursos da Riofilme e, ainda mais grave, a exclusão do Cinema Documentário da linha de distribuição do referido edital”. 

As duas cartas estão abertas e podem ser assinadas por outros profissionais do meio que concordem com as reivindicações. 

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