A Liqi, fintech de ativos digitais, fechou parceria com a H2O Films, distribuidora do mercado cinematográfico brasileiro, para uma ação inédita no mercado audiovisual brasileiro: a criação de NFTs de filmes nacionais com selo da empresa. O primeiro lançamento será com "Aumenta que é Rock'n Roll" (foto), filme dirigido por Tomás Portella que se passa nos anos 80 e mostra os bastidores da criação da Rádio Fluminense, a primeira rádio de rock do país. Estrelado por Johnny Massaro, o longa tem previsão de estreia nos cinemas em 17 de novembro. A ponte entre as empresas foi feita pelo escritório de advocacia Senna Advogados, que vai ficar responsável por garantir a legalidade e segurança na transição do conteúdo audiovisual para NFTs.
Em entrevista exclusiva para TELA VIVA, Sandro Rodrigues, CEO da H2O, explica que já era do interesse da empresa aprender mais sobre o mundo de NFTs e metaverso – entendendo especialmente sobre as possibilidades do audiovisual dentro dessa história. "Foi um longo trabalho de estudos. Obviamente precisávamos de um parceiro que entendesse desse mercado para nos ajudar a viabilizar nossas ideias. Com a ponte estabelecida pelo escritório jurídico, fizemos uma série de reuniões nas quais nós aprendemos mais sobre NFT e, a Liqi, sobre o mercado audiovisual e como funciona a distribuição de filmes. A gente estruturou essa parceria e vamos inaugurar a novidade com esse filme", contou.
No caso do "Aumenta que é Rock'n Roll", as NFTs oferecidas serão de cards e pílulas exclusivas, somadas à experiência de comparecer a uma pré-estreia especial do filme. "Mas a ideia é que o trabalho com NFTs se torne uma estratégia dentro da H2O. Logo depois dessa estreia, lançaremos o longa 'A Última Festa', que também contará com essa estratégia. Queremos, daqui pra frente, sempre trazer as NFTs de alguma forma dentro das ações de lançamentos dos filmes. Nem todas serão iguais – vamos entender, projeto a projeto, ao lado da Liqi, o que podemos fazer. Depende do filme, do gênero, da estratégia daquele lançamento. Em alguns projetos, as NFTs podem ser lançadas no momento de produção, oferecendo benefícios como visita ao set, por exemplo. Cada filme tem uma história e, por isso, cada projeto será analisado de forma diferente", afirmou Rodrigues.
As NFTs de "Aumenta que é Rock'n Roll" ainda não têm valores definidos e a ideia é que mais novidades a respeito de benefícios e preços sejam anunciadas a partir da próxima semana.
"O audiovisual tem uma riqueza que pode proporcionar imagem e conteúdo com emoção – e as NFTs podem fazer com que isso seja único e exclusivo. Foi nessa linha que começamos a estruturar e enxergar a sinergia entre esses dois universos", relembra Rodrigues. "Nós lançamos conteúdo pra todo mundo mas, com a NFT, podemos oferecer também conteúdos pessoais e intransferíveis. Entendo que o caminho seja por aí. Dessa forma, além de gerar um benefício único e exclusivo, fazemos uma comunicação diferenciada para cada filme, criando um desejo maior das pessoas em assistirem", completa.
O filme "Aumenta que é Rock'n Roll" já foi produzido, mas em outros casos, as NFTs podem ser utilizadas inclusive durante os processos de captação de recursos para os projetos, de forma a ajudar a custeá-los. "Entendemos as NFTs como um novo mecanismo para o meio do audiovisual. Mesmo que não seja o valor total, o que vier dela é bem-vindo. Colabora, não só na receita, mas como em toda parte estratégica. Cria esse envolvimento, o que para nós tem um peso muito grande. É um processo que está se iniciando e é óbvio que vamos estudar cada vez mais. Mas consigo ver a NFT se tornando um pilar importante. Vamos pensar junto dos produtores, com a expertise da Liqi, em como desenvolver esse mercado da melhor maneira junto do audiovisual", pontuou o CEO.
"Nós vemos os valores obtidos com a comercialização das NFTs como parte da receita do filme – da mesma forma que fazemos gerenciamento de receitas vindas de diferentes janelas, entendemos que a NFT é mais uma possibilidade dentro dessas receitas", acrescentou. A união entre os dois setores reforça a convergência dos mercados de tecnologia e audiovisual. "Isso tende a expandir cada vez mais e busca alcançar todos os perfis de investidores e consumidores", concluiu Rodrigues.