A Globo vem ajustando a proporção entre publicidade e conteúdo em seu faturamento, consolidando uma tendência iniciada em 2023. Se no passado a receita era dividida em 60% para publicidade e 40% para assinaturas, nos primeiros nove meses de 2024 a publicidade passou a representar 66% do total. O faturamento da Globo no terceiro trimestre foi de R$ 4,42 bilhões e, no acumulado do ano, foi de R$ R$ 12,04 bilhões. Crescimento de 9% nos nove meses em relação ao mesmo período do ano anterior.
Esse movimento é impulsionado, em parte, pelo aumento do faturamento publicitário, que atingiu R$ 3,05 bilhões no terceiro trimestre, um crescimento de 23% em relação ao mesmo período do ano anterior. No acumulado do ano, a receita publicitária já soma R$ 7,98 bilhões, uma alta de 17%.
Por outro lado, a receita com conteúdo (assinaturas e programação/TV paga) caiu 12%, passando de R$ 1,42 bilhão no terceiro trimestre de 2023 para R$ 1,25 bilhão no mesmo período de 2024. No acumulado dos nove primeiros meses do ano, a retração foi de 4%, para R$ 3,71 bilhões.
Apesar do crescimento de 38% na base de assinantes do Globoplay e de 45% no Premiere Play nos últimos 12 meses, a queda nas receitas de conteúdo indica desafios na monetização das plataformas digitais, além da nova realidade dos contratos com as operadoras de TV por assinatura.
A mudança na composição das receitas também impacta o EBITDA da Globo. No terceiro trimestre, houve uma queda de 57% no indicador, mas no acumulado do ano, o EBITDA cresceu 50%, chegando a R$ 1,4 bilhão.
As informações foram divulgadas internamente em comunicado assinado pelo presidente da Globo, Paulo Marinho. “Resultados que refletem a força e a qualidade do nosso conteúdo, sólidas estratégias de distribuição e excelentes resultados publicitários”, diz Marinho no documento.