Net Serviços opta pelo DVB em sua digitalização

A Net Serviços e a Nagravision anunciaram, durante a Cable 2004, evento anual da NCTA realizado esta semana em New Orleans, a definição da plataforma digital que será utilizada pela operadora brasileira a partir deste ano. A Net Serviços surpreendeu ao optar por um padrão aberto (DVB) e padronizado, em lugar de uma tecnologia proprietária e customizada como aconteceu, no passado, com os cable modems. No final dos anos 90, a Net Serviços (então Globo Cabo) chegou inclusive a trabalhar com a hipótese de desenvolver as especificações de sua caixa digital. "Nossa opção foi, primeiramente, pela plataforma aberta. Como hoje o DTH brasileiro já é DVB, tudo caminha para que a indústria brasileira seja toda padronizada em termos de serviços digitais", diz Francisco Valim, CEO da Net Serviços. Vale lembrar que Valim, assim como boa parte do atual staff da operadora, vieram das operações da Net Sul, que foi a única unidade da Globo Cabo a, no passado, se opor ao uso de tecnologias proprietárias.
A Net Serviços e a Nagravision firmaram na semana passada um MOU (Memorandum of Understanding) que envolve também a Harmonic como fornecedora dos equipamentos de headend, a Thomson (set-tops) e a OpenTV, como fornecedora da plataforma de software (middleware).
A decisão final da Net Serviços foi complicada, ficando restrita no final a duas opções: Motorola, com um padrão proprietário, ou Nagra e Thomson, com o DVB aberto. Não existe, contudo, exclusividade entre as empresas para fornecimento de equipamento.
Além da opção pelo DVB aberto, a Net também surpreendeu por acertar o middleware com a OpenTV. Desde que a Microsoft tornou-se sócia da empresa, nos anos 90, esperava-se que a operadora tomaria decisões de olho, sempre, nas apostas de Bill Gates. A Microsoft chegou inclusive a anunciar uma parceria om a Net para desenvolvimento de uma plataforma mais leve do Windows, de baixo custo, mas com a crise financeira da operadora brasileira o projeto não se materializou.
A Net Serviços deve definir uma política comercial para a caixa digital nos próximos dois ou três meses. As primeiras começam a ser instaladas este ano, e a previsão é de 100 mil usuários nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, sendo provavelmente entre 20 mil e 30 mil nos primeiros momentos da digitalização. Espera-se para os jogos olímpicos a ativação dos primeiros assinantes.

Conteúdo

A Net Serviços começa, agora, a negociar conteúdo diferenciado para o serviço digital. É um trabalho que está sendo feito pela Net Brasil e também pela própria operadora de forma independente.
Serão oferecidos provavelmente mais de um nível de serviço, ou seja, haverá desde uma caixa mais barata, apenas com EPG e com os canais já existentes na forma digital, somados a novos canais pay-per-view, até caixas mais avançadas, com capacidade de gravação digital (digital video recording). O preço da caixa imaginado pela Net ainda é segredo, mas será, certamente, menos de R$ 499. O certo é que não será uma caixa subsidiada. "Não queremos baratear artificialmente o preço da caixa. E também não pensamos em investir mais em caixas analógicas", diz Francisco Valim.

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