WiMax encontra espaço em países emergentes

É evidente que a comparação entre o conjunto de empresas empenhadas em fazer o WiMax se tornar uma opção concreta para a oferta de banda larga e o conjunto de empresas empenhadas em tornar o LTE uma realidade é injusta. O WiMax, ainda que conte com apoio de alguns fornecedores importantes, não é a opção número um de nenhum deles. Motorola, Samsung e Intel, entre as gigantes, e alguns mais específicos, como Alvarion, são aqueles que estão envolvidos de maneira mais engajada com o WiMax. A Motorola porque representa o contraponto aos fornecedores europeus, como Alcatel-Lucent e Nokia-Siemens, que apostam, mas timidamente, no WiMax. A Intel quer manter a estratégia de sucesso do WiFi e embarcar seus chips no maior número de dispositivos, e a Samsung assumiu o risco de ser a única fabricante de eletrônica de consumo e handsets a realmente priorizar o WiMax. Outros fornecedores importantes, como Cisco, Juniper, Huawei e Nec também estão envolvidos com o WiMax.
Em suporte ao LTE, estão os fornecedores tradicionais europeus e, sobretudo, as grandes operadoras de telefonia celular da Europa e EUA, que defendem uma tecnologia que dê a elas um controle maior sobre a entrada de novos players.
Durante o WiMax Global Congress 2009, realizado esta semana em Amsterdã, essas diferenças ficaram evidentes. O evento é infinitamente menor do que qualquer encontro da comunidade de GSM, e o perfil de fornecedores e operadores é outro. O WiMax parece estar decolando para valer na Índia, Rússia, África e alguns países asiáticos. Os modelos que despontam são diferentes. Nos países africanos e na Índia, WiMax é sinônimo de banda larga fixa. Na Rússia WiMax é uma tecnologia fixa ou nomádica. A mobilidade existe, mas a ênfase não é em handsets, mas em notebooks, como é o caso das operadoras Comstar e Yota.
Aposta norte-americana
Mas a grande aposta da comunidade do WiMax são, claramente, os EUA. É lá que está a maior de todas as operações, a Clearwire, que tem como acionista principal a Sprint e uma poderosa joint venture de quase US$ 3 bilhões com os quatro maiores operadores de cabo dos EUA, Google e Intel. A Clearwire ativou suas primeiras redes no ano passado em meio à crise. Este ano promete mostrar os primeiros resultados concretos.
Este noticiário entrevistou Barry West, presidente da Clearwire, e questionou justamente sobre esta expectativa que se coloca sobre sua operação. "A comunidade de WiMax é grande e consolidada, e envolve mais de 470 operações em todo o mundo. É claro que todos querem saber como nós estamos nos saindo, mas independente do nosso sucesso, já se pode dizer que a tencologia tenha encontrado o seu espaço". A aposta da Clearwire é no modelo de Internet banda larga pleno. Acesso de alta capacidade, aberto, irrestrito, com mobilidade e cobertura.
É um modelo que as operadoras de telefonia celular demorarão a ter. Primeiro, porque a rede foi planejada para um outro tipo de modelo de negócios, em que a voz é uma coisa e a Internet é outra. Depois, porque elas ainda vendem os serviços de valor adicionado e querem ganhar dinheiro com isso. E, finalmente, porque o core business delas ainda é voz.
West lembra que, no passado, a Clearwire procurou oportunidades em outros países, inclusive no Brasil, e chegou a fazer alguns investimentos internacionais. Isso agora mudou. A empresa está focada no mercado norte-americano, mas quer exportar o seu modelo de negócios e sua experiencia para ajudar a contruir uma rede global de operadores. Não é por acaso que o próximo grande desafio técnico da Clearwire seja o roaming, e a primeira experiência de roaming WiMax dos EUA foi anunciada nesta quarta, 3, em Amsterdã. A Clearwire e a Digital Bridge, ambas operadoras de WiMax na faixa de 2,5 Ghz, devem iniciar os testes no final do mês.
Outra aposta da Clearwire é a joint venture com os operadores de cabo, o que pode trazer não só parceiros fortes na comercialização do serviço, no modelo de MVNO, mas também um importante complemento de cobertura das redes WiMax com as Femtocélulas que se conectarão às redes banda larga fixas dos operadores de TV por assinatura.

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