O 22º Festival de Cinema de Cuiabá – CINEMATO, que acontece de 14 a 20 de julho, está com inscrições abertas até o dia 6 de junho para curtas e longas-metragens. Este ano, o evento traz o tema "Decolonizando a Amazônia" e irá homenagear o cineasta Silvino Santos. "Não somos um evento, somos um movimento. E movimentos não morrem – se reinventam", destaca o idealizador do Festival, o cineasta Luiz Carlos de Oliveira Borges.
Com realização do Instituto INCA – Inclusão, Cidadania e Ação, patrocínio do Governo do Estado de Mato Grosso, via Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel-MT), parceria com a Pró-Reitoria de Cultura, Extensão e Vivência (Procev – UMFT), Primeiro Plano Cinema e Vídeo, é uma ação que otimiza e impulsiona o desenvolvimento autossustentável, a responsabilidade social e a governança corporativa da economia criativa por meio dos filmes e projetos culturais diversos que se convergem durante o Festival. Tem o apoio da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), Secretaria Municipal de Cultura Esporte e Lazer, Cineclube Coxiponés – UFMT, Curso de Cinema e Audiovisual da UFMT e Rede Cineclubista de Mato Grosso (REC-MT).
Histórico
O Festival de Cinema de Cuiabá começou há mais de 30 anos, em 1993, como uma Mostra de Cinema e Vídeo de Cuiabá, em um ato provocativo, quando só havia salas de exibição em um único cinema comercial. Teve alguns anos de pausa, por falta de investimento público. No entanto, revolucionou a produção audiovisual em Mato Grosso, pois o evento revelou não apenas um espaço de exibição, mas um projeto pedagógico e político que transformou a cena cultural local. Mais do que premiar, o evento formou gerações, pois muitos dos profissionais que hoje atuam no audiovisual mato-grossense tiveram seu primeiro contato com o cinema por meio das oficinas do festival, e colocou Cuiabá no mapa dos principais Festivais de Cinema do Brasil.
O festival escreveu seu nome na história do audiovisual brasileiro ao ser palco de primeiras consagrações de grandes nomes como Dira Paes, que recebeu nele seu primeiro prêmio de Melhor Atriz por "Corisco & Dadá" (1996); Fernando Meirelles, premiado por "Domésticas" (2001) antes de ganhar o mundo com "Cidade de Deus"; e Hilton Lacerda, diretor e roteirista de "Tatuagem" (2014) e ainda como roteirista de obras marcantes como "Amarelo Manga" e "Baile Perfumado".
O tema
"Decolonizando a Amazônia" propõe uma reflexão sobre a libertação política, cultural, econômica e social da região, valorizando os saberes e a autonomia dos povos que ali vivem. Através da produção audiovisual contemporânea, busca romper com a visão colonial europeia e destacar narrativas que evidenciem o protagonismo de povos originários, trabalhadores e migrantes. Decolonizar é reconhecer saberes ancestrais, questionar estruturas de poder e abrir caminhos para reconstruir identidades e imaginar novos futuros.