Estudantes surdos avaliam acessibilidade em sessão de cinema no Rio de Janeiro

"Minha Irmã e Eu" (Foto: Divulgação)

Uma sessão especial do filme "Minha irmã e eu" foi realizada para estudantes do Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines) na última sexta, 30, com o objetivo de avaliar recursos de acessibilidade audiovisual. A ação ocorreu no CineCarioca José Wilker, no Rio de Janeiro, como parte de uma parceria entre a Ancine e o Ines, com apoio da Paris Filmes, do Grupo Casal e da RioFilme.

A atividade educacional e de entretenimento permitiu que os estudantes surdos analisassem soluções como legendas descritivas e a tradução em Língua Brasileira de Sinais (Libras). Durante a exibição, foram levantadas percepções sobre as barreiras enfrentadas nas salas de cinema e os hábitos de consumo cultural da comunidade. As contribuições coletadas serão utilizadas para orientar melhorias em políticas públicas de acessibilidade no setor.

O filme exibido, "Minha irmã e eu", lançado em 2023, foi o primeiro a ultrapassar a marca de 2 milhões de espectadores desde 2020. O local do evento, o CineCarioca José Wilker, foi reaberto com apoio da Prefeitura do Rio e da Lei Paulo Gustavo, por meio da RioFilme.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem 2,6 milhões de pessoas com limitações auditivas. Uma Pesquisa Nacional de Saúde de 2019, também do IBGE, apontou que entre as pessoas de 5 a 40 anos com deficiência auditiva severa, 22,4% sabiam usar Libras. O mesmo levantamento indicou que 67,6% dessa população não possui instrução ou tem baixa escolarização, o que reforça a necessidade de múltiplas estratégias de acessibilidade.

A iniciativa faz parte de uma diretriz da Ancine para aprimorar os recursos de acessibilidade no setor audiovisual, com apoio da Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SNDPD). A estratégia e as ações são de âmbito nacional.

As avaliações dos estudantes do Ines serão consideradas no desenvolvimento de novas tecnologias. Uma nova etapa do projeto, voltada à acessibilidade visual, está programada para acontecer em junho, também no Rio de Janeiro, com a participação de alunos do Instituto Benjamin Constant. Posteriormente, as ações serão ampliadas para São Paulo e Brasília, antes de serem expandidas para outras cidades.

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