Com a ativação em São Paulo na quinta-feira, 4, o 5G standalone estará disponível já em cinco capitais brasileiras. E a experiência nessas praças comprova que, pelo menos nesses grandes centros urbanos, o processo de migração de usuários de TV parabólica (as chamadas TVRO) para a banda Ku está sendo menos volumoso do que se estimava.
De acordo com o conselheiro da Anatel e presidente do grupo de acompanhamento da faixa de 3,5 GHz (Gaispi), Moisés Moreira, ao trabalhar nas cidades, a Entidade Administradora da Faixa (EAF, agora atuando com o nome fantasia Siga Antenado) percebeu esse cenário. "Para nossa surpresa, na cidade de São Paulo, dos cadastrados no CadÚnico e que tinham TV parabólica, apenas 31 famílias foram atendidas", declarou ele nesta quarta-feira, 3.
Em geral, diz o conselheiro, o número de famílias aptas a receber o kit de banda Ku tem sido "muito pequeno". "Mesmo depois de ligar [o sinal do 5G], como em Brasília, quase ninguém entrou em contato para falar de interferência", afirma, ainda se referindo aos usuários da TVRO na banda C.
Moreira diz que a demanda pelos kits de banda Ku tem sido "muito baixa", mas reconhece que este é o cenário das capitais. A expectativa é que, à medida em que o 5G seja implantado em cidades menos densas no interior do País, a quantidade de usuários de TVRO seja maior. Isso porque nos grandes centros há maior cobertura do sinal da TV digital aberta, embora o conselheiro também levante a hipótese de haver consumo de streaming de canais abertos piratas pela banda larga.
Moisés Moreira fez as declarações durante painel no Pay-TV Forum 2022, evento organizado por TELA VIVA e TELETIME de forma presencial em São Paulo e que continua nesta quinta-feira, 4.