A TV por assinatura segue sendo a principal linha de receitas da Claro, superando os serviços de telefonia móvel, tanto no modelo pré, quanto no pós pago, de acordo com o CMO da operadora, Márcio Carvalho. O executivo participou do Pay-TV Forum 2022, que é realizado nestes dias 3 e 4 de agosto por TELA VIVA e TELETIME em São Paulo, retomando o presencial. "O fato de eu estar aqui hoje falando sobre TV por assinatura mostra quanto este mercado é importante para nós", disse o executivo, lembrando que a operadora lança amanhã em São Paulo a operação móvel em 5G.
De acordo com o executivo, a perda de receitas na empresa com o churn no serviço de TV tradicional, no modelo do SeAC (Serviços de Acesso Condicionado) não é superada pelas adições no streaming. Para ele, as assimetrias regulatórias entre a TV paga tradicional e o streaming e a forte concorrência na banda larga, com 9 mil players no país, estão "empurrando o SeAC ladeira abaixo".
Ele faz um mea culpa, em nome do setor, da chegada de um modelo disruptivo na distribuição de vídeo por assinatura. "Nós todos deixamos a porta aberta para a entrada de um novo modelo. Quantas vezes ouvimos que as pessoas não queriam pagar por centenas de canais?", questiona.
Mesmo assim, ele é otimista quanto ao futuro do serviço de vídeo por assinatura na Claro. Há, de acordo com o executivo, espaço para a agregação, a curadoria e a personalização de conteúdos e entretenimento em geral por assinatura. Qualquer conteúdo com direitos autorais podem estar nas ofertas, indo além do vídeo para a música e para os games, por exemplo. Além disso, há oportunidades em outros serviços agregados ao equipamento instalado na casa do cliente.
"Acertamos a mão no rebranding do Claro Box para Claro TV+", disse, lembrando que a Claro TV+ é TV somado ao streaming. O peso que cada um tem depende do mercado, de atender o consumidor com um modelo de negócios sustentável para todos. Além do vídeo, a caixa do serviço hoje pode ser hub de casa conectada, contando com a Alexa, inteligência artificial da Amazon, incorporada.
"A gente começa a entender que tudo é possível se houver proposta de valor que faça sentido para consumidor e onere toda a cadeia. Se não fizer sentido para o consumidor, ele vai buscar um modelo que faça", diz Carvalho. Cabe às empresas e ao setor como um todo buscar o modelo que faça sentido, uma vez que "a digitalização expurga da cadeia quem não agrega valor".
Um dos assets importantes da operadora para os sistemas em vídeo é o 5G. Para o CMO, o conteúdo audiovisual é fundamental na difusão da nova tecnologia móvel. Um dos casos de uso que a operadora demonstra para vender o 5G é uma casa conectada. No modelo, a caixa Claro TV+ é conectada por 5G. "Casa conectada, casa segura, hub de entretenimento e games, tudo isso pode chegar ao assinantes em uma rede 5G", diz Carvalho.
Na foto, Márcio Carvalho, CMO da Claro, no Pay-TV Forum 2022. Crédito: Marcelo Kahn