Uma das discussões importantes que a Citel (Comissão Interamericana de Telecomunicações, órgão ligado à Organização dos Estados Americanos – OEA) está desenvolvendo nesse momento, segundo seu secretário executivo, Clóvis Baptista, é o uso dos "white spaces na faixa de TV UHF para a interiorização da Internet. Não estou falando do dividendo digital em 700 MHz, mas de uma faixa mais baixa na faixa de 400 MHz e 500 MHz" . Segundo o secretário executivo, a tecnologia é promissora para projetos de inclusão digital e representam uma boa oportunidade, inclusive, para empresas de radiodifusão "Há tecnologias all IP baseadas em DOCSIS (padrão de transmissão de dados das redes de cabo) já disponíveis e que permitem o uso, sobretudo rural, desta faixa para a inclusão de populações distantes dos grandes centros. Opera-se entre 470 MHz e 680 MHz", explica Clóvis Baptista. A transmissão de dados utiliza os intervalos de canalização onde não existem transmissões.
Já a faixa de 450 MHz está harmonizada, mas é mais limitada, explica o secretário da Citel. "No que chamamos de white space a possibilidade é maior. É o que os norte-americanos chamam de Wi-Fi com esteroides. Eles estão liberando o uso da faixa de forma não licenciada com um sistema de proteção contra interferência dos sinais de TV. Ao regulamentarem isso, os norte-americano deram uma solução bastante interessante. Essa faixa permite backhaul de mais de 100 km e, combinado com acesso Wi-Fi, dá uma cobertura ampla e acesso banda larga e barato na ponta. Isso viabiliza Internet, voz e telefonia", diz Baptista. Para ele, essa aplicação poderia ser do interesse dos próprios radiodifusores. "Aqui no Brasil, realmente, não me parece haver interessados. Por outro lado, o País levou à Citel uma proposta muito interessante de harmonização da faixa de 450 MHz. Mas repare que há outras soluções além do 450 MHz".