Equipe criadora do Rio2C promoverá evento em São Paulo nos moldes do SXSW

Rafael Lazarini, CEO e fundador do Rio2C (Foto: Tela Viva)

Na noite desta segunda-feira, dia 2 de dezembro, Rafael Lazarini, CEO e fundador do Rio2C, anunciou um novo evento durante um encontro promovido na Soho House, em São Paulo: trata-se do São Paulo Beyond Business (SP2B), que terá sua primeira edição realizada ao longo de oito dias, em agosto de 2026, em diferentes espaços do Parque Ibirapuera, na região Sul da cidade. Em março de 2025 haverá um lançamento global do novo SP2B. "O Rio2C se transformou em um dos principais encontros de criatividade da América Latina. A última edição, realizada em junho deste ano, reuniu cerca de 50 mil pessoas ao longo de seis dias, com 1600 palestrantes, 2000 reuniões de negócios e um impacto econômico projetado de mais de 350 milhões de reais", lembrou o executivo. 

A ideia inicial era promover em São Paulo uma edição brasileira do South by Southwest, tradicional evento de inovação e criatividade que acontece anualmente em Austin, Texas, nos EUA. "Minha primeira interação com o evento foi em 2007 e foi transformador. Fui para lá e saí com a sensação de que eu precisava fazer algo por aqui. Foi um chamado. Eu tinha que trazer algo nessa linha para o Brasil, de forma a fomentar a indústria criativa brasileira. Dez anos depois, lançamos o Rio2C, que tinha principalmente duas missões: incentivar a indústria criativa brasileira e, num segundo momento, posicionar o Rio de Janeiro, que estava super combalido após as Olimpíadas, como destino para eventos desse tipo. No fim, o Rio2C acabou se tornando um evento super relevante para a indústria criativa brasileira, e também abriu espaço no Rio de Janeiro para que outros eventos de inovação viessem se instalar na cidade", pontuou. 

Histórico 

Ao longo dos últimos anos, o time responsável pelo Rio2C estreitou as relações com os organizadores do SXSW, e fundadores e presidentes até participaram como speakers do evento carioca. E aí o SXSW, num momento de transição, onde passou por uma mudança de controle durante a pandemia, começou a estudar as possibilidades de internacionalizar o projeto. "A gente já tinha essa relação estabelecida e nos posicionamos como parceiros para viabilizar essa vinda do evento para a América Latina e, especificamente, para o Brasil. Começamos a afinar essa história para São Paulo. Mais do que trazer um evento, com a label SXSW, a gente queria um algo que tivesse a alma de São Paulo. Realmente construir alguma coisa que fosse original. Nos debruçamos nesse trabalho de estruturar um conceito que pudesse entregar tudo isso e não só ser uma marca vinda de fora. Propusemos, inclusive, que o nome fosse SXSP. Enxergávamos que São Paulo, com a potência que tem, não precisava de uma franquia, e sim de um evento só seu – feito em São Paulo e para São Paulo", contou. 

A estrada foi longa, com vários detalhes que Lazarini pontuou que não podem ser abertos. Em resumo, no fim, depois de quase dois anos de conversas, a equipe do SXSW entendeu que ainda não era o momento de trazer o evento para São Paulo. "Acabamos ficando em segundo plano. Não sei exatamente o porquê. Mas, às vezes, o que parece ser um ponto final é na verdade um desvio para chegarmos a um destino até mais acertado", analisou. "Enquanto estávamos refletindo sobre o que fazer diante daquela decisão, recebemos alguns insights e feedbacks que foram muito importantes, e que abriram nosso olhar para novas possibilidades", revelou Lazarini. 

O primeiro deles veio de Manzar Feres, diretora de Negócios Integrados em Publicidade da Globo, que mostrou para o grupo a possibilidade de realizar o evento sem a marca do SXSW por trás. Na sequência, a head do SXSW pra Latam também apoiou a criação do evento sem a chancela do encontro gringo. E, por fim, Marilia Marton, Secretária da Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, disse: "pode não ser o momento para eles; mas, para nós, é", e se disponibilizou a dar todo o apoio necessário, o que acabou se revelando fundamental para o andamento e para a futura efetivação do projeto. 

Novo evento

No encontro desta segunda, foi apresentado um vídeo introdutório sobre o novo SP2B. O texto do filme dizia: 

"Metrópoles como Nova York e Londres já entenderam: o futuro está além dos negócios, e passa por investir em arte, cultura e tecnologia – é assim que as cidades se tornam humanas, inspiradoras e contemporâneas. Agora, é a vez de São Paulo ir além. Um dos maiores destinos globais de encontros de negócios finalmente terá um evento que carrega seu nome e promove sua essência para o mundo. Uma celebração de inovação, criatividade e potência cultural únicas da região. Muito mais do que um evento, a iniciativa é uma nova plataforma global, que conecta tecnologia, ciência e arte para explorar o futuro das cidades e da sociedade. Um projeto ousado, criado para ser a maior vitrine de São Paulo para o mundo, e posicionar a região no mesmo patamar de outras grandes metrópoles globais. 

Um evento que celebra o melhor de São Paulo e inova ao ocupar o Ibirapuera em sua totalidade, da OCA aos Museus, com diversos espaços integrados que abrigarão diálogos sobre futuro, humanidade, tecnologia, arte, ética e cultura, além de diversas iniciativas para impulsionar o ecossistema de startups, conectando fundadores, investidores e líderes do setor. 

Durante oito dias, o parque se transformará em um dinâmico e inspirador hub de trocas de experiências. Por trás dessa iniciativa, está a equipe criadora do Rio2C, a maior conferência de criatividade da América Latina. A ideia central é reposicionar São Paulo como uma metrópole global que vai muito além dos negócios". 

Por fim, Marilia Marton, Secretária da Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, declarou: "Estamos na metade do governo. Falam que sou pragmática, mas a verdade é que não dá para ser de outro jeito. Estamos pensando nos próximos dois anos, e por isso tem que ser rápido. Começamos a falar sobre esse evento no mesmo momento em que discutíamos a Gamescom em São Paulo. Na hora que eles conhecerem os números da Gamescom, a coisa vai mudar. Conseguimos, no primeiro ano, sermos maiores do que Cingapura, que realiza o evento há quatro anos. Não dá para falar em criatividade, sustentabilidade e tecnologia se não tivermos um olhar especial para São Paulo. Por conta dessa falha no soft power, não somos vistos pelo mundo. Ainda temos muito a repetir, mostrar que as coisas estão acontecendo aqui. Precisamos olhar pra frente e mostrar o que temos de melhor. É sonhar junto e se conectar com as pessoas – e esse evento fala muito de conexão e encontro, sobre colocar as pessoas juntas para prensarem em futuros melhores – e possíveis".

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