Turner terceiriza produção para Casablanca

A Turner está terceirizando sua estrutura de produção no Brasil para a Casablanca. O acordo prevê que a produtora paulistana realize a produção dos programas brasileiros que eram realizados pela própria Turner, desenvolva o trabalho de nacionalização de alguns conteúdos gerados no exterior e operacionalize as transmissões esportivas, sobretudo para o Campeonato Brasileiro que começa em abril. A parceria prevê que inclusive o estúdio e as modernas instalações de produção abrigados na sede da Turner em São Paulo passem a ser operados pela Casablanca, que assumirá praticamente todo o staff que desempenhava estas funções.  Mas há ainda algumas áreas de produção cuja terceirização será avaliada com calma, como a parte de redes sociais e Internet. Trata-se, segundo apurou este noticiário, de uma mudança de estratégia que vinha sendo gestada há pelo menos dois anos e que passou a fazer mais sentido com o fim dos canais Esporte Interativo e o enxugamento da estrutura no Rio. Hoje, a marca Esporte Interativo segue nas redes sociais e nos blocos de programação dedicados a esporte nos canais Space e TNT, para os quais  haverá ainda produção de conteúdos. Também não fazia sentido manter esta estrutura própria para uma produção restrita ao Brasil, sendo que na América Latina Chile e Argentina acabaram se tornando os polos principais de produção dos canais Turner (o que deve permanecer inalterado). A terceirização para a Casablanca pode tornar, pontualmente, alguns produtos mais caros, mas no cômputo geral a parceria faz mais sentido para a Turner. Mas há a expectativa de que o modelo de parceria com a Casablanca ajude na ampliação da oferta de conteúdos locais do TNT e Space, que agora têm a proposta de serem "superstations", mas que ainda estão limitados aos conteúdos que já tinham, acrescidos dos conteúdos herdados do Esporte Interativo.

Em nota oficial, a Turner informou que "as medidas estão relacionadas à parceria firmada pela Turner com a produtora Casablanca para conduzir atividades de produção para as marcas de seu portfólio. Tais medidas fazem parte do processo de reestruturação do grupo, que vem acontecendo desde o fechamento da aquisição da WarnerMedia (antiga Time Warner) pela AT&T. A Turner não comentará detalhes dessa parceria em respeito às suas obrigações de confidencialidade nos contratos". Vale lembrar que nos EUA a Time Warner já foi adquirida e consolidada pela AT&T, ainda que no Brasil a integração (especialmente da Sky com a Turner) esteja bloqueada até a conclusão da análise pela Anatel. Ainda que a nota da Turner não afirme isto, a terceirização da área de produção no Brasil pode, em tese, vir a ajudar na aprovação da fusão com a AT&T no Brasil, pois reforçaria a tese de que a Turner é uma programadora estrangeira.

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