Durante o III Fórum Brasil de Programação e Produção, organizado pela Converge Eventos e realizado em São Paulo, diversos produtores independentes disseram ter conteúdo nacional já produzido e pronto para ser distribuído, mas alegaram que o acesso à televisão é sempre complicado. Ficou claro durante o evento, contudo, que existe de um lado interesse nesse conteúdo, mas de outro pouca informação sobre como chegar ao distribuidor. "A Neo TV quer que os canais tenham produção regional, tenham conteúdo local", declarou Neusa Risette, diretora geral da Neo TV, uma associação de compra de programação para operadores de TV paga, durante um dos painéis do Fórum. Mas lembrou que esse conteúdo precisa ter interesse comercial para as operadoras. Sobre os mecanismos de fomento, que devem onerar as programadoras em pelo menos 3% sobre suas remessas, a Neo TV externou à Ancine uma preocupação: não quer que esse custo seja repassado às operadoras.
Alberto Pecegueiro, diretor geral da Globosat, que também participou do Fórum, havia sugerido em um painel anterior que as operadoras independentes levassem o Canal Brasil em seus line-ups. Neusa Risette colocou, já na ausência de Pecegueiro, que a Neo TV recebeu uma proposta para o Canal Brasil que era muito cara e, o que é pior, com o preço em dólar. De qualquer maneira, foi lembrado aos produtores independentes de obras audiovisuais que um caminho possível para distribuição é a organização dos interessados em grupos, que buscariam o acesso aos canais obrigatórios para produção independente já previstos na Lei do Cabo.
Programação