Para Hughes, banda Ka pode chegar a 1 milhão de assinantes no Brasil até 2020

Depois de anunciar em abril a contratação de toda a capacidade de banda Ka do satélite Eutelsat 65 West A, programado para ser lançado no início de 2016, a Hughes começa a preparar uma mudança interna para atender ao mercado residencial no Brasil. "Nos Estados Unidos, apenas um quarto da receita da Hughes vem do segmento empresarial; os outros três quartos vêm do residencial. Chegaremos esse ano a um milhão de assinantes nos EUA e estamos trabalhando para repetir aqui o sucesso que a gente teve lá", conta o presidente da Hughes do Brasil, Rafael Guimarães. "Não temos a pretensão de chegar aos números dos EUA, claro, mas dá para ter uma operação massiva de banda Ka aqui", acredita.

Guimarães cita estimativas da indústria de que a banda Ka pode chegar a um milhão de acessos no Brasil em 2018, mas lembra que barreiras como o Fistel cobrado para licenciamento das estações V-Sat podem impedir a adoção. "Se simplificarmos o processo de licenciamento de estações, multiplicaria por dez a instalação das cerca de mil estações que as empresas fazem por mês", garante Guimarães, que estima em 120 mil o total de V-SATs instaladas no Brasil. "Considerando que os obstáculos sejam eliminados, acho realmente que em 5 ou 6 anos a partir de 2016 não é impossível que o conjunto de operadores chegue a um milhão de assinantes em 2019 ou 2020".

A ideia da Hughes é abordar o segmento residencial e, complementarmente, os segmentos de small office e home office (SOHO) e de pequenas empresas na borda dos grandes centros, com foco nas áreas mal atendidas ou não atendidas. "A gente acredita muito nesse negócio. A empresa está mudando de cabeça para baixo para começar a fazer outra coisa e o desafio é manter o que a gente tem hoje de pé", comenta.

Vale lembrar que a Hughes pertence ao mesmo grupo que nos Estados Unidos controla a Dish, operadora de TV via DTH, e cogita-se há algum tempo a entrada do grupo no mercado de TV por assinatura também aqui no País a partir da posição orbital 45oW adquirida no leilão realizado pela Anatel em 2011 por um lance de R$ 145 milhões. O lançamento da operação de TV paga da Echostar, que até o final do ano passado negociava com a GVT, ainda é uma incógnita.

Guimarães participou nesta quinta-feira, 4, do painel de abertura do Congresso Latino-Americano de Satélites 2014, organizado pela Converge Comunicações, que edita este noticiário.

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