Uma situação no mínimo inusitada aconteceu na edição do programa “Sem Censura”, da TV Brasil, desta terça-feira, 3, protagonizada pelo Boni, ex-diretor de programação da TV Globo.
Em sua participação no programa, Boni declarou que a própria televisão pública não deveria existir. Segundo o jornalista, ele “acha perfeitamente dispensável a TV pública”. Boni acredita que um canal público de televisão tem que se ater a temas específicos, como educação.
“Vou falar uma coisa aqui que talvez você não gostasse de ouvir. Acho perfeitamente nos dias de hoje dispensável a tv pública. Porque tudo de informação que existe, você tem na Internet. Eu vejo como única saída para a TV pública operar vários canais e operar programas na educação”, disse o jornalista à apresentadora Cissa Guimarães. Para ele, a TV pública não deve focar em entretenimento.
Ele foi instigado pela apresentadora, Cissa Guimarães, a emitir uma opinião sobre o canal público de televisão mantido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC). “Acho que a televisão pública deve ser educativa”, disse.
Liberdade
Questionado se a TV pública teria mais liberdade, Boni disse que uma TV pública, vinculada ao governo, possui uma liberdade relativa. “Você continuar sendo pública e ser do governo? Por que que ela é livre? Essa história de liberdade é relativa. Em quanto o governo interfere na EBC? Essa liberdade é relativa. A liberdade absoluta não existe”, disse Boni.
Boni, o Papa
Pelas redes sociais, a diretoria de conteúdo e programação da EBC, Antonia Pellegrino, saudou a presença de Boni no canal. Ela disse que a presença do ex-executivo no programa “Sem Censura” foi um dia especial, marcando a trajetória de reposicionamento da TV Brasil.
“Pra quem é de televisão, receber o Boni é como receber o Papa. É beber na fonte de um dos grandes criadores disso que a gente entende por tevê brasileira. E, sendo ele o cara de sucesso que ele é, a gente sabe que o Boni não sai de casa pra se meter em roubada. Ele sai pra golear – e foi o que ele fez na tarde de hoje, com todo seu humor, inteligência e sinceridade. Uma aula!”, escreveu a diretora no seu perfil.