Fibra é um dos focos da TIM para 2014

Se a torre é um ativo "interessante" para a TIM, também o backhaul ótico tem merecido atenção. A empresa está finalizando a interligação de fibra até o site (FTTS) de 38 cidades (com previsão de mais 20 em 2014, completando 58 cidades, ou 85% das cidades onde a empresa atende com o serviço móvel) e, segundo revelou o presidente da operadora, Rodrigo Abreu, os acordos de troca de fibra (swap) com as operadoras têm garantido a infraestrutura para a melhoria da qualidade da cobertura. Somente em 2014 serão investidos R$ 3,3 bilhões em infraestrutura, que é 90% de todo o investimento de capital. "E esse investimento continuará (na mesma proporção) nos próximos três anos", declarou ele em conversa com jornalistas nesta quarta, 4. A empresa diz que está "contra a tendência" do mercado ao investir mais em fibra.

Mas ainda há dificuldades. Abreu diz que a TIM conta, assim como as demais teles, com projetos de investimento no Regime Especial de Tributação da Banda Larga (REPNBL), mas ressalta que a grande dificuldade é a adequação aos requisitos do Ministério das Comunicações. "O parâmetro mais difícil nem é o da fabricação, mas a do conteúdo nacional", lamenta.

O presidente da TIM Fiber, Rogério Takayanagi, diz que o projeto de FTTS possibilitará, no futuro, a expansão da oferta do acesso fixo para outras cidades além do eixo Rio-São Paulo. Mas ainda não há planos de curto prazo. "Estamos priorizando as duas cidades porque ainda têm muitas oportunidades de crescimento", explica, justificando a demanda em regiões como a zona Leste paulistana, que vende "dez vezes mais do que bairros como Moema e Itaim".

Capacidade

Com a concorrência oferecendo velocidades cada vez maiores, Takayanagi reconhece que há a possibilidade de oferecer "em alguns casos", a fibra até a residência (FTTH), mas diz que essa tecnologia custa cinco vezes mais do que o cobre na última milha e que demora de cinco a dez anos para obter retorno de investimento. "É impraticável, nesse período já vai ter churn", declara.

O executivo explica que está estudando tecnologias como o vectoring e o bond de fibras, além de novidades como o G.Fast, que deverá estar disponível em 2015. "Não temos nada lançado ainda, mas não significa que não estamos trabalhando para aumentar a velocidade", diz, ressaltando que ainda não há demanda porque não há disponibilidade de conteúdo e aplicações que precisem de mais do que os 50 Mbps oferecidos pela operadora atualmente. Ele diz também que a tendência tem apontado para mais capacidade do que velocidade final, oferecendo menor latência.

Ele diz que os heavy users procuram a banda larga fixa da operadora por conta da taxa de upload de 30 Mbps, que proporciona melhores taxas em serviços de troca de arquivos peer-to-peer. A taxa média de consumo mensal do usuário é de 100 GB, enquanto a média do Brasil é de 30 GB. No Rio de Janeiro, explica ele, o consumo é ainda maior: 140 GB por mês.

Conteúdo

A estratégia do serviço Live TIM é declaradamente over-the-top (OTT), apesar de Rogério Takayanagi dizer que a relação de parceria com a Sky para a venda conjunta de banda larga fixa com a TV por assinatura ainda é "ótima".

Takayanagi diz ainda que enxerga o Live TIM como um agregador OTT, e diz que negocia com fabricantes de caixas inteligentes como Boxee e Apple para incentivar o uso de TVs conectadas. Da mesma forma, os consoles de videogames da nova geração estão na mira da empresa. "Estamos com uma conversa avançada com um dos fabricantes", diz.

Com provedores OTT, como o Netflix, há contratos de direct peering e redes de entrega de conteúdo (CDN). E, no futuro, deverá haver ainda mais demanda por tráfego de vídeo. "Pedimos, mas o Netflix não quis oferecer (vídeos em resolução) 4K, porque precisa ter investimento e localização de conteúdo", revela o executivo. Outra tendência que ele aponta é a de oferta de conteúdos lineares pela rede, citando iniciativa da operadora Comcast, nos Estados Unidos.

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