A animação infantil brasileira “João e Maria” estreia nesta quinta, 6, nos cinemas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Brasília, além de outras cidades do interior do país.
O diretor e produtor Arnaldo Galvão iniciou a produção do longa-metragem em 2002. Com a sinopse, entrou em contato com Flávio de Souza, que trabalhava em uma montagem fiel ao conto original de “João e Maria” no Teatro Municipal. Galvão queria subverter aspectos da história e fazer uma animação sobre crianças negligenciadas. A dupla começou a trabalhar no roteiro e, em 2008, o projeto foi selecionado no Laboratório de Roteiro Sesc-Rio, ganhando o primeiro edital em 2015. Os recursos foram depositados três anos depois e a produção foi finalizada em 2022, pós-pandemia. “João e Maria” foi selecionado para mais de 50 festivais de animação, nos quais ganhou 18 prêmios principais.
Na história de Souza, que assina o roteiro do filme com Galvão, João e Maria fogem para a floresta encantada para escapar de um reformatório depois que perdem sua casa. Na floresta, os irmãos encontram seus avós espirituais, que os guiam de volta para casa — não sem antes lutar contra uma bruxa malvada.
“É um paradoxo que um conto de fadas dos Irmãos Grimm, que apareceu pela primeira vez em 1700, sobre crianças abandonadas à própria sorte, ainda possa ser atual em alguns países como o Brasil. É um tema delicado para se fazer um filme para crianças, então minha escolha foi utilizar aventura, bom humor, o velho recurso de usar um ratinho como personagem principal e transformar a bruxa em alguém atuante, que força a degradação da família e que é, ao mesmo tempo, uma pessoa cativante que todos deixam entrar em suas casas”, comenta o diretor.
