Megacable investe em rede e serviços para competir com OTT

Investimento em rede e novos serviços. É a fórmula que a Megacable, maior operadora de TV a cabo do México está adotando para proteger seu conteúdo das ofertas OTT (over the top). Foi o que contou o CTO da empresa, o brasileiro Emerson Sampaio, em painel patrocinado pela Arris nesta terça, 5, na INTX, em Chicago.

A empresa opera em mais de 300 cidades mexicanas, em 25 estados, e tem mais de 14 mil funcionários. Conta com uma rede de 50 mil km de acesso, 21 mil km de rede nacional (backbone), 1 Tbps de capacidade total, dos quais hoje usa 350 Gbps. São 7,2 milhões de homes passed, e 3,8 milhões de UGR (unidades geradoras de receita), sendo 2,5 milhões de assinantes de video e 1,4 milhão de banda larga.

Segundo Sampaio, 24% do tráfego em sua rede de dados é hoje gerado pela Netflix. "Não é ameaça, mas é desafio", diz. A questão, conta, é como proteger o conteúdo, dando o mesmo tipo de experiência ao usuário. "As novas gerações não consomem TV como nós. Fiz um teste e desliguei o cabo na minha casa. Minhas filhas só perceberam depois de um mês", contou.

Uma das iniciativas foi lançar seu próprio OTT (como fez no Brasil a Net, com o Now, agora disponível em devices móveis). A plataforma Megacable Play tem 10 mil horas de conteúdos em  VOD, com app para dispositivos iOS e Android. O serviço é gratuito para os assinantes.

O próximo passo, diz, é desenvolver novas aplicações, como serviços de home networking (automação residencial, redes domésticas), e ampliar a rede de fibra, com FTTH e GPON.

A rede IP contará com novos serviços como EPG e DVR em nuvem e media center virtual.

"Temos que acelerar o ciclo de inovação, pensar em nova estrutura de rede, novas arquiteturas. Será tudo baseado em IP, interativo. O novo consumidor nunca vai voltar para o linear. A TV como device não vai mudar, sempre estará lá. O que muda é a forma como consumimos o conteúdo", conclui.

No roadmap estão também a adoção de um novo STB (set-top box) avançado, com novo EPG e CAS. Também a expansão da rede Metro WiFi, hoje com 7 mil spots, e da plataforma Docsis 3.0, já preparando o terreno para o Docsis 3.1. Para concentrar recursos, a operadora está desmontando seus cerca de cem headends e terá apenas dois, que distribuirão os serviços para todo o país.

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