TV paga tem melhor conteúdo, mas OTT ganha na usabilidade, mostra estudo

Painel sobre usabilidade na INTX 2015

Um estudo realizado pela Amdocs e executado pela IE Market Reserach Corp mostrou que os usuários ainda preferem o conteúdo oferecido pela TV por assinatura tradicional, mas esta perde feio quando a questão é usabilidade e interface de usuário. O estudo, feito com mais de 4 mil usuários em 11 países, inclusive o Brasil, foi apresentado nesta terça, 5, na INTX, que acontece esta semana em Chicago. Foram passados apenas os dados referentes a EUA e Canadá.

Gary Cronk, VP de broadband, cable & satellite da Amdocs, diz que o cabo ainda lidera em percepção de qualidade. Mas o OTT tem bons mecanismos de recomendação, uma ótima UI (interface de usuário), e é mais "cool", mais atraente para o consumidor jovem.

Segundo Nizar Assanie, VP da IE Market Research, quando perguntados sobre quem é melhor em oferta de conteúdo, qualidade de imagem e serviços, os pesquisados responderam que era a TV por assinatura em 88%, 81% e 93% dos casos, respectivamente (contra 12%, 19% e 7% do OTT).

Já nos quesitos preço, disponibilidade em múltiplos dispositivos, recomendações relevantes e interface de usuário, o OTT teve a preferência de 84%, 79%, 77% e 78% dos entrevistados.

Cord-cutting

Perguntados se pretendem reduzir ou cortar suas assinaturas de TV paga, 23,4% dos entrevistados responderam positivamente (20% reduziriam e 4% cortariam). Mas 51% destes manteriam o serviço se a operadora oferecesse a possibilidade de terem todo o conteúdo, incluindo o conteúdo online, em uma única interface, e também se esta plataforma oferecesse a possibilidade de descobrir conteúdos e assisti-los.

A boa notícia é que , segundo a pesquisa, os usuários estão dispostos a pagar mais por serviços personalizados. Nos EUA pagariam até US$ 6 extras na assinatura, e no Canadá até C$ 8.

Os usuários também parecem não estar preocupados em expor seus hábitos pessoas.  86,4% dos entrevistados disseram ser OK ter suas informações capturadas pela operadora, se com isso ele tiver um serviço mais personalizado.

Inovação lenta

"Por que a Apple e a Samsung têm filas nas suas lojas quando vão lançar um produto? O que elas tem que nós (indústria de TV) não temos", desafiou Jaison Dolvane, CEO da Espial, no painel seguinte.

A explicação estaria na pouca inovação oferecida pelas operadoras. O ciclo de novidades é lento, a cada 3 a 5 anos. Não há personalização dos serviços, o modelo é único para todos os usuários. A experiência é lenta, ainda muito baseada em texto, e os apps são os mesmos há anos, como EPG e DVR.

A cena deve mudar com as plataformas de desenvolvimento abertas (RDK). Os ciclos devem cair para 1 a 2 anos, como na indústria do celular. "Temos que inovar na velocidade da Internet, com serviços em nuvem baseados em HTML 5, que podem ser rapidamente atualizados. Temos que nos integrar com os OTTs e ter uma experiência de usuário customizável e imersiva, rápida e fluida", concluiu.

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