Canais pagos querem investir em produção independente

O diretor de produção e desenvolvimento do Discovery Latin America, Luiz Peres-Tolon, abriu nesta quarta, dia 7, o debate sobre co-produção no IV Fórum Brasil de Programação e Produção. Tolon explicou que a operadora busca produções regionais para exibi-las em todas as unidades da rede (EUA, América Latina, Europa e Ásia). "Nossa missão corporativa é trabalhar com produtores locais, mas em produções que tenham penetração universal", disse. Ele explicou o processo de seleção pelo qual os projetos apresentados à rede têm que passar, e a forma como são remunerados. "A oferta feita por um conteúdo de nosso interesse depende do custo da produção e de quantas unidades têm interesse", explica Tolon. O diretor disse ainda que pretende trabalhar com produtores brasileiros usando recursos dos 3%.
Já a diretora do canal por assinatura GNT, Letícia Muhana, afirmou que, atualmente, 25% da produção nacional exibida pela rede é independente. Segundo ela, o canal exibe cinco horas e meia de conteúdo brasileiro por semana, sempre no horário nobre.

Caminho das pedras

Anthony Doyle, VP regional da Turner International do Brasil, diz que a criação da Ancine "deu o caminho das pedras aos programadores internacionais". Segundo o executivo, as redes sempre quiseram trabalhar com produções locais, mas não sabiam como agir. Doyle também disse que os canais ainda precisam aprender a enquadrar as produções nos critérios legais (produção cultural e educativa) e ainda agregar valor ao canal, à operadora e ao anunciante.
Segundo Sean Spencer, presidente da TAP Latin America, entidade que reúne os programadores que atuam em nível pan-regional, a produção local ainda é um processo novo para os canais internacionais. Falta esclarecer com a Ancine quais são os critérios para enquadrar co-produções para se beneficiarem dos 3%. "Cerca de cinco projetos foram apresentados até hoje e apenas um aprovado".
Segundo Abel Puig, diretor geral dos canais Fox no Brasil, a rede quer ter a caracterização nacional em sua grade de programação. Segundo ele, além da programação exibida no Brasil, os canais Fox devem exportar as co-produções para mais de 160 países.
O executivo diz que, num primeiro momento, deve trabalhar somente com documentários. Isso porque, para aprovar projetos de ficção, seria necessário acionar a Fox internacional, o que atrasaria a exibição no Brasil.
Puig diz ainda que as iniciativas não se restingem a produções feitas com verba dos 3%.

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