“Maputo”, curta-metragem do diretor e roteirista Lucas Abrahão, do interior do estado de São Paulo, levou quatro prêmios no último Festival de Cinema de Gramado – Melhor Direção, Melhor Direção de Arte, Prêmio Canal Brasil e Menção Honrosa. Na trama, numa fazenda abandonada, Tatu é levado por três crianças mais velhas a acreditar que se superar certos desafios se tornará um Maputo – alguém com a habilidades sobrenaturais. Tatu permanece determinado a atingir essa transformação, mesmo quando as tarefas se tornam cada vez mais perigosas. A produção é de Patricia Maccioni/Volt Filmes e os roteiros são de Abrahão e André Almeida.
Representado pela TalentsBR, Abrahão está trabalhando em vários outros projetos. Atualmente, se prepara para rodar seu primeiro longa, “O Frenólogo”, uma coprodução entre Brasil (produtora Neo Córtex, de Cibele Amaral) e Portugal (BRO Filmes, Color Out Of Space, The Seeker). Em paralelo, escreve o longa de ficção científica “Nossa Dama do Mar”, inspirado na peça de Henrik Ibsen, para o diretor norueguês Morten Traavik, e o longa de thriller “Dia de Pagamento”, premiado pelo PROAC, em parceira com o diretor Jotagá Crema.
O diretor e roteirista foi vencedor do Pitching Anonymous/Rio2C 2023 com o projeto “Ratos d’Água”, cujo jurado foi David Levine, diretor-chefe de criação da Anonymous Content. O projeto está sendo desenvolvido por Abrahão em parceria com Guto Portugal. Ele trabalha ainda com outros formatos e está finalizando o filme experimental em realidade virtual “O Olho”, filmado com recursos do PROAC. Trata-se de uma sátira original no estilo teatro do absurdo, onde 40 membros de uma plateia esperam pelo início de uma peça que nunca começa, já que não há palco.
Outra novidade é o projeto “A Usina Atrás do Morro”. A animação em longa-metragem adulta é uma adaptação de um conto do escritor brasileiro José J. Veiga e está sendo produzida pela LPB Content. Abrahão dirige e escreve o projeto ao lado de Ricardo Kump (do curta “O Cacto”). Nesta semana, a dupla participa com o filme do 8º Encontro de Coprodução do Mercosul – ECM+LAB, que acontece como parte da programação do FAM 2024. “Esse projeto está andando mais rápido do que esperávamos. Percebo que ele também está indo por um caminho da coprodução internacional. Como morei um bom tempo fora do Brasil – em Portugal, Escócia e Estônia, como bolsista do mestrado KinoEyes em roteiro, acabo fazendo esse intercâmbio de projetos”, contou Abrahão com exclusividade para TELA VIVA. “Apesar disso, acho que meus filmes têm um DNA brasileiro muito forte, como ‘Maputo’ e o próprio ‘A Usina Atrás do Morro’, entre outros”, completou.
“Acho que é um bom momento para os artistas independentes, em especial por causa da volta dos editais públicos no Brasil. Não só porque há maior possibilidade de investimento em cinema, mas também porque há uma maior diversidade de projetos sendo contemplados, filmes mais ousados e autênticos. Acho que muito filme interessante vai sair desse período. Eu também estou aproveitando para unir meus parceiros fora do Brasil com as produtoras aqui, onde tenho parceria nos meus projetos”, afirmou. Seu primeiro longa como diretor, “O Frenólogo”, uma coprodução Brasil-Portugal, é um exemplo de projeto que se beneficia dessa volta do incentivo público.