O relatório financeiro não-consolidado de setembro da Globopar, divulgado na semana passada (o consolidado deve sair esta quarta, dia 8), mostra que a holding da família Marinho vem obtendo resultados significativos em seu EBITDA (ganhos antes de amortizações, depreciações, impostos e taxas), registrando resultado de US$ 184,8 milhões nos primeiros nove meses do ano (contra US$ 175 milhões em 98, quando os resultados incorporavam as vendas de publicidade da TV Globo durante a Copa do Mundo). Ou seja, o EBITDA cresceu 5,2% nos primeiros nove meses de 99. Esses números referem-se, na verdade, ao combinado Globopar e TV Globo. Sem contar a operação de TV, o EBITDA da Globopar caiu de US$ 92,6 milhões para US$ 70,4 milhões nos primeiros nove meses do ano. A Globopar, por ser a holding de investimentos da família Marinho, acaba refletindo em seu endividamento as perdas das outras empresas do grupo. O total da dívida direta era de US$ 1,277 bilhão, dos quais US$ 339 milhões (27%) têm maturação em 12 meses. A empresa chegou ao final de novembro com cerca de US$ 300 milhões em caixa, que deverão ser reduzidos a cerca de US$ 200 milhões devido a alguns pagamentos em dezembro. O lançamento feito pela Globo Cabo de US$ 75 milhões em commercial papers realizado em novembro teve aplicação certa. A operadora usou o dinheiro para pagamento adiantado ao Clube dos 13, referente aos direitos esportivos do próximo ano. Com o adiantamento, o Clube dos 13 se comprometeu a garantir à TV Globo o direito de primeira negociação ou veto final dos direitos esportivos dos campeonatos com os times representados pela entidade entre 2005 e 2009. Isso não envolve, naturalmente, o Campeonato Brasileiro, que está negociado até 2004. Esses valores são referentes apenas aos direitos em TV aberta.